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Moçambique já perdeu entre 50 e 60 mil hectares da floresta do mangal devido à  acção humana

Foto: O País

Os números indicam que, anualmente, pelo menos 90 hectares são devastados, sendo a província da Zambézia a mais preocupante com números acima da média nacional. A ministra do Mar, Águas Interiores e Pescas procedeu, esta segunda-feira, ao lançamento do Programa Nacional de Reestruturação do Ecossistema do Mangal.

Em 2017, o Governo moçambicano comprometeu-se nas Nações Unidas a repor, até Julho de 2022, cinco mil hectares de florestas. Neste momento, já foi reposto acima de 53% à escala nacional. A província da Zambézia, a mais crítica, deverá restaurar 1.300 hectares, mas a taxa de reposição continua aquém do desejado – 13% apenas. Naquela província, pelo menos cinco mil mudas já estão disponíveis para o repovoamento.

Esta segunda-feira, sob o lema “Mangal Restaurado, Moçambique Resiliente”, a ministra do Mar, Águas Interiores e Pescas orientou a cerimónia central do Programa Nacional de Reestruturação do Ecossistema do Mangal, na cidade de Quelimane, província da Zambézia. Augusta Maíta fez saber que o objectivo do programa é acelerar a implementação das metas e prioridades, vertidas na estratégia para gestão do mangal, aprovada no ano passado pelo Governo no período de 2020 a 2024.

Ao mesmo tempo, o programa tem por objectivo travar a acentuada degradação do mangal. “A nível mundial, Moçambique é a terceira maior área de floresta do mangal em África, depois da Nigéria em primeiro lugar e Guiné-Bissau em segundo. A nível mundial, somos o décimo terceiro país com a maior extensão de área da floresta do mangal. Este facto faz com que a nossa responsabilidade seja ainda mais acrescida”, disse Maíta, afirmando que o país perde 88 hectares, por ano, de mangal, devido à expansão urbana, construção de salinas, exploração florestal e uso insustentável das suas árvores.

O governador da província da Zambézia, presente na cerimónia, indicou que, mais do que restaurar, criar decretos que proíbem o corte do mangal que a população usa para as práticas habituais, como construir casas e fazer lenha, “é igualmente imperioso  que o Governo central trace estratégias alternativas de sobrevivência para que esta população deixe de efectuar esta prática, pois isso vai permitir que as árvores, que estamos a plantar, cresçam em benefício das gerações vindouras”.

Mette Sunnergren, embaixadora da Suécia em Moçambique, fez saber que o seu país já disponibilizou oito milhões de dólares para apoiar no ecossistema. Referiu que as iniciativas, que Moçambique tem levado a cabo para restaurar o mangal, demonstram que há, de facto, comprometimento na restauração dos ecossistemas.

Por sua vez, Manuel de Araújo, edil de Quelimane, disse, na ocasião, que a edilidade tem levado a cabo iniciativas para a restauração do mangal com o apoio da USAID.

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