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Moçambique e Tanzânia pretendem proteger fronteiras marítimas

Foto: O País

Moçambique e Tanzânia vão reforçar a segurança marítima na fronteira entre os dois países e proteger os recursos minerais. Para o efeito, foram assinados, nesta quarta-feira, dois memorandos de entendimento na Cidade de Maputo.

A presidente da Tanzânia está em Moçambique desde a tarde desta terça-feira e foi recebida, no Aeroporto Internacional de Mavalane por membros do Governo, incluindo a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação.

Hoje, Samia Suluhu foi recebida com honras militares por Filipe Nyusi, marcando assim a primeira actividade pública durante a sua visita de quatro dias.

Já no edifício da Presidência da República, num encontro a portas fechadas, os dois presidentes afirmam que passaram em revista a relação de irmandade entre os países, o nível da sua cooperação em diversas áreas (política, económica, social e cultural) e falaram da necessidade dos seus países fortificarem os laços, sobretudo na área militar.

Sobre este ponto, destacou-se o apoio e influência que a Tanzânia, que faz fronteira com Moçambique, exatamente na área onde iniciaram e mais se evidenciaram os ataques terroristas, tem ajudado ao país no combate a este crime, que, segundo o Presidente da República “foi crucial para o enfraquecimento e destruição de muitos pontos estratégicos.

Porque os países partilham uma fronteira marítima extensa, os estadistas defendem a criação de plataformas que fortifiquem a segurança na fronteira. Tal desiderato poderá ser efectivado através da assinatura de dois instrumentos.

Tratam-se de memorandos de entendimento de Defesa (Paz e Segurança), onde serão reforçados os mecanismos de partilha de estratégias de combate ao terrorismo e outros crimes, assinado pelo Ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume, e a Ministra da Defesa da Tanzânia, Stergomena Tax, e o acordo de coordenação de serviços de busca e salvamento, que é um complemento do anterior, assinado pelo vice-ministro dos negócios estrangeiros da Tanzânia e o Ministro dos transportes e Comunicações de Moçambique.

 

FILIPE NYUSI FALA DE NOVIDADES

“No âmbito do terrorismo, a presidente Samia disse que para além da sua participação através da SAMIM, nós como países que partilhamos a mesma fronteira, Tanzânia está disponível para cooperar connosco de forma Bilateral e em simultâneo, por forma ajudar a combater os problemas que são comuns”, referiu-se o Presidente de Moçambique.

A estadista tanzaniana, por seu turno, explicou que os acordos são de capital importância para travar os crimes marítimos na região, mas também para fortificar as relações entre os “vizinhos”.

“Temos que ter um forte mecanismo de segurança, para que possamos proteger as nossas fronteiras, pois temos várias experiências que demonstram um aumento no índice de crimes transfronteiriços, como o terrorismo que afecta a região. Então, nesta extensa área da fronteira, precisamos de reforçar a cooperação para proteger os dois países”, disse Samia Suluhu, Presidente da República Unida da Tanzânia.

Além de segurança, a presidente Tanzaniana diz que a sua visita a Moçambique visa também reactivar as relações económicas entre os dois países.

“Moçambique tem importado facilmente produtos que se encontram na Tanzânia. Então, se houver trocas comerciais entre nós, podemos eliminar esta lacuna. Sei que há empresas tanzanianas que investem em Moçambique, mas não são suficientes. No nosso país, há apenas uma empresa moçambicana. Por isso, precisamos de aumentar as trocas comerciais entre os dois países”, defendeu.

Energia e exploração mineira também estão entre as prioridades da cooperação, que foram defendidas pelo estadista moçambicano, que convidou a homóloga a esforçar-se para o bem dos dois países.

“Um outro ponto que também foi discutido foi a nossa necessidade de cooperação no âmbito de exploração de hidrocarbonetos. Isto porque nós podemos buscar experiencias distantes, de países que há anos exploram, porém temos valorizar o facto de estarmos próximos e a experiencia de um país na negociação, porque muitas vezes tem havido falhas durante as negociações para este recurso”, avançou Nyusi.

A visita de Samia Suluhu é de quatro dias. Durante o período, está prevista a assinatura de mais acordos bilaterais de cooperação nas áreas da cultura, turismo e energia.

Como habitual, a presidente da Tanzânia convidou Nyusi a visitar o seu país, quando for possível, por forma a passar-se em revista a aplicação dos acordos ora assinados e os respectivos resultados.

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