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Moçambique e credores com dificuldades de chegar a acordo

O risco de as negociações entre os credores da dívida pública e o governo de Moçambique redundarem em fracasso está a crescer, escreveu a consultora BMI Research, para acrescentar que mesmo assim as partes deverão chegar a um acordo, escreve o Macahub.

Num relatório sobre o Risco Político de Moçambique, os analistas daquela consultora do grupo Fitch escrevem que um fracasso no acordo que ambas as partes dizem desejar “não teria como consequência o colapso do crescimento económico, sendo, no entanto, provável que resultasse num agravamento do risco do país e em possíveis atrasos na construção de infra-estruturas”.

Os analistas escrevem ainda que até à obtenção de uma solução, Moçambique terá dificuldades no financiamento das despesas inscritas em sede de Orçamento de Estado, facto que obrigará a canalizar os cortes para a despesa social, arriscando um aumento da instabilidade social no país.

A curto prazo, a BMI Research considera que a obtenção de uma solução para a questão da dívida será o principal encargo do governo que tem “recusado abandonar o princípio de tratamento igual para todos os credores”, nomeadamente os detentores dos títulos de dívida pública emitidos em 2016 e os credores dos empréstimos de empresas públicas contraídos em 2013 e 2014.

O governo, acrescentam no documento citado pela agência noticiosa Lusa, deverá ser obrigado a imprimir ainda mais austeridade se conseguir chegar a acordo no que se refere à renegociação da dívida pública.

A BMI Research destaca entre as vantagens do país “os abundantes recursos naturais, particularmente carvão e gás, bem como a significativa capacidade de produção de electricidade”, que são, ainda assim, mitigadas pela dependência dos grandes projectos, um baixo nível educacional da população e a “enorme dívida externa, que este ano deverá situar-se em 110% do PIB.”

 

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