Moçambique e África do Sul estão reunidos em Maputo para encontrar respostas à segurança rodoviária no corredor Maputo–África do Sul, que continua tenso e com o transporte de passageiros via Durban interrompido. Os operadores de transporte exigem soluções concretas para a retoma da actividade.
Desde que começou a onda de queima de carros com matrícula moçambicana na África do Sul, já são contabilizadas treze viaturas incendiadas, sendo 10 de particulares e três de transporte de passageiros.
Luciano Muiambo, vulgarmente conhecido por Majugar, foi dos primeiros a perder o seu autocarro na rota Durban–Maputo e fala de enormes prejuízos. “Grandes danos, só para ver, comecei a trabalhar com aquele carro [queimado] em Dezembro passado e um novo autocarro que eu adquiri em Dezembro só fez três viagens e perdi ali quatro milhões e meio de rands. Neste momento, estamos parados e os sul-africanos é que estão a operar sozinhos e o nosso Governo não diz nada também”, lamentou Majugar.
Além do presidente da Associação dos Transportadores Internacionais, Frederico Ambrósio teve um veículo queimado a 11 de Fevereiro corrente. “É um prejuízo irreparável, mesmo que um dia eu consiga dinheiro e compre outra viatura, não é possível reparar. Mas, pronto, é acidente de trabalho, acontece”, conformou-se Ambrósio.
O Ministério dos Transportes e Comunicações, através do director nacional dos Transporte e Segurança, Fernando Ouana, diz que a insegurança está de outro lado, cabendo aos sul-africanos garantirem o normal funcionamento dos corredores.
“Nós estamos a fazer a nossa parte e exigimos também que o Governo sul-africano faça a sua. Da nossa parte, nós temos os nossos corredores seguros; posso reafirmar isso e o lado sul-africano é que deve também manter os corredores seguros”, referiu Fernando Ouana, do MTC.
O representante da secção de Serviços de Resposta a Emergências na Polícia da vizinha África do Sul garante que há um trabalho em curso a vários níveis para resolver o problema: “Nós estamos a envolver todo o público-alvo, estamos no processo de estabelecer ferramentas de identificação nas principais estradas. A ideia é elevar a visibilidade, daí que teremos certeza de que estaremos a reduzir alguns índices de incidentes que têm ocorrido”.
Decorre na Cidade de Maputo a reunião bilateral do Comité Conjunto e do grupo de gestão de rotas Moçambique–África do Sul, com a duração de dois dias. O objectivo é procurar respostas a vários problemas que caracterizam o sector nos últimos dias.