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Papa Francisco sepultado na Basílica de Santa Maria Maior

Foram a enterrar, na tarde deste sábado, os restos mortais do Papa Francisco. O sepultamento, em cerimónia privada, foi antecedido por uma missa de exéquias conduzida pelo cardeal Giovanni Battista Re. De seguida, houve um cortejo fúnebre por algumas das principais ruas de Roma.

“Nesta majestosa praça de São Pedro, onde o Papa Francisco celebrou tantas vezes a Eucaristia e presidiu a grandes encontros ao longo destes 12 anos, encontramo-nos reunidos em oração à volta dos seus restos mortais com o coração triste, mas sustentados pela certeza da fé, que nos garante que a existência humana não termina no túmulo, mas na casa do Pai, numa vida de felicidade que não terá ocaso”, disse o cardeal Giovanni Battista Re e assim começava a homilia.

Papa Francisco foi recordado como “um Papa no meio do povo, com um coração aberto a todos”.

“Papa Francisco conservou sempre o seu temperamento e a sua forma de orientação pastoral, imprimindo de imediato a marca da sua forte personalidade no governo da Igreja, estabelecendo um contacto direto com cada pessoa e com as populações, desejoso de ser próximo a todos, com uma atenção especial às pessoas em dificuldade, gastando-se sem medida, em particular pelos últimos da terra, os marginalizados. Foi um Papa no meio do povo, com um coração aberto a todos”.

Segundo Giovanni Battista Re, “apesar da sua fragilidade”, nos últimos anos, “e do seu sofrimento”, Papa Francisco escolheu percorrer o “caminho de entrega até ao último dia da sua vida terrena. Seguiu as pegadas do seu Senhor, o bom Pastor, que amou as suas ovelhas até dar a própria vida por elas. E fê-lo com força e serenidade, junto do seu rebanho, a Igreja de Deus”.

Na missa celebrada por 750 bispos e 200 cardeais, o Santo Padre conservou sempre o seu temperamento e a sua forma de orientação pastoral, imprimindo de imediato a marca da sua forte personalidade no governo da Igreja, estabelecendo um contacto direto com cada pessoa e com as populações, desejoso de ser próximo a todos, com uma atenção especial às pessoas em dificuldade, gastando-se sem medida, em particular pelos últimos da terra, os marginalizados, descreveu Giovanni Battista Re.

“Foi um Papa no meio do povo, com um coração aberto a todos. Foi também um Papa atento àquilo que de novo estava a surgir na sociedade e àquilo que o Espírito Santo estava a suscitar na Igreja. Com o vocabulário que lhe era característico e com a sua linguagem rica de imagens e metáforas, procurou sempre iluminar os problemas do nosso tempo com a sabedoria do Evangelho, oferecendo uma resposta à luz da fé e encorajando-nos a viver como cristãos os desafios e as contradições destes anos cheios de mudanças, que ele gostava de descrever como uma mudança de época”.

O Bispo de Roma tinha uma grande espontaneidade e uma maneira informal de se dirigir a todos, mesmo às pessoas afastadas da Igreja. “Dotado de grande calor humano e profundamente sensível aos dramas de hoje, o Papa Francisco partilhou em pleno as angústias, os sofrimentos, as esperanças do nosso tempo e, com uma mensagem capaz de chegar ao coração das pessoas de forma direta e imediata, dedicou-se a confortar e a encorajar. O seu carisma de acolhimento e de escuta, associado a um modo de se comportar que é próprio da sensibilidade dos nossos dias, tocou os corações, procurando despertar energias morais e espirituais”.

E Papa indignou-se, sempre, por conta dos conflitos armados no mundo e de forma recorrente alertou para as consequências.

“Perante o eclodir de tantas guerras nos últimos anos, com horrores desumanos e inúmeras mortes e destruições, o Papa Francisco levantou incessantemente a sua voz implorando a paz e convidando à sensatez, convidando a uma negociação honesta para encontrar soluções possíveis, porque a guerra – dizia ele – é apenas morte de pessoas e destruição de casas, destruição de hospitais e de escolas. A guerra deixa sempre – é uma expressão sua – o mundo pior do que estava: é sempre uma derrota dolorosa e trágica para todos”.

A partir da Praça de São Pedro, onde 160 delegações estrangeiras testemunharam a despedida, milhares acompanharam a última passagem do líder da Igreja Católica para a Basílica de Santa Maria Maior.

O Papa Francisco faleceu no dia 21 de Abril de 2025, aos 88 anos, na Casa Santa Marta, onde residia desde o início de seu pontificado.

Com a sua morte, encerra-se uma era marcada pelo apelo incessante à misericórdia, ao diálogo inter-religioso e à construção de uma sociedade mais justa e fraterna.

 

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