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MINEDH cancela exame de Ciências Sociais 7ª classe devido a erros de conteúdo

Foto: O País

O exame da disciplina de Ciências Sociais da 7ª classe, realizado na terça-feira, foi anulado na Cidade de Maputo e província de Nampula, devido à troca de conteúdos durante a impressão. Ao todo são 135 mil alunos que serão submetidos à segunda chamada na próxima terça-feira.

Depois dos erros identificados nos livros da sexta classe, mais um problema mancha o processo de ensino-aprendizagem.

Desta vez, 135 mil alunos da 7ª classe, na Cidade de Maputo e província de Nampula, foram submetidos a um exame errado, da disciplina de Ciências Sociais.

O Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) convocou a imprensa, esta quinta-feira, e confirmou o problema.

“Não se trata de fraude, a província de Nampula e a Cidade de Maputo imprimiram um exame incorrecto, que foi realizado na primeira chamada da sétima classe, na disciplina de Ciências Sociais”, explicou Feliciano Mahalambe, porta-voz do MINEDH.

Sobre as falhas, por um lado, o enunciado distribuído aos alunos, a cotação é de 18 valores, mas o normal são 20.

Por outro, constam conteúdos sobre a conferência de Berlim, comércio triangular, teoria da evolução do Homem e outros, todos referentes à 6ª classe. Mahalambe avançou que a situação foi causada durante a impressão dos enunciados.

“Apesar de o exame ser produzido por nós, a impressão é local e isto criou estes distúrbios de dar um exame da sexta para a sétima classe. Então, isso deve ser corrigido porque os alunos devem fazer o exame correcto”, disse o porta-voz.

Devido ao problema, Mahalambe garantiu que todos os 135 mil alunos serão submetidos à segunda chamada, no dia 22 de Novembro, na Cidade de Maputo e província de Nampula. “Ao fazer o exame de correcção, será como se fosse a primeira chamada, o que significa que terão a hipótese de fazer a segunda chamada. Há espaço para abranger todas as crianças.”

O MINEDH garante que os trabalhos estão a ser levados a cabo para responsabilização pela troca do conteúdo dos enunciados.

“Há sempre um trabalho que deve ser feito quando algo não corre bem, para apurar a responsabilidade de quem se desleixou para tal. Mas o que garanto é que os alunos não serão penalizados”, afirmou Muidumbe.

O porta-voz do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano falava no âmbito do balanço dos exames do ensino primário, realizados nos dias 14 e 15 de Novembro corrente.

 

BALANÇO DO PROCESSO DE EXAMES

Apesar da agitação registada em algumas escolas, na terça-feira, devido às irregularidades decorrentes da implementação da Tabela Salarial Única (TSU), nenhum dos locais de realização dos exames registou falta dos profissionais de ensino, para prestar assistências às avaliações.

Entretanto, dos cerca de um milhão e trezentos mil alunos, previstos para este processo, dos quais setecentos e quarenta e seis mil da sexta classe e seiscentos e dois mil da sétima classe, apenas quatro por cento estiveram ausentes, nos mais de 20 mil centros de exame criados em todo o país.

No que diz respeito às ausências, Feliciano Mahalambe disse que houve problemas em algumas localidades, devido à insurgência armada em Cabo Delgado.

Sem revelar o número, o porta-voz do MINEDH explicou os que alunos de alguns distritos daquela província, afectados pelo terrorismo, nomeadamente, Namuno, Ancuabe, Montepuez e Muidumbe, não realizaram exames devido à insegurança que obrigou ao deslocamento das famílias para outras zonas.

“As escolas que estão em zonas seguras, tanto da província de Cabo Delgado, assim como de outras, que acolhem crianças deslocadas devem reportar que é para que o MINEDH conheça a sua localização e tenha conhecimento de quantas crianças são”, apelou Muidumbe, reiterando que “o sector está a estudar formas de garantir que todos os alunos sejam examinados”.

Apesar disso, o porta-voz do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano disse que a primeira etapa dos exames do ensino primário decorreu de forma positiva.

“O processo foi bom, não houve influências da possível greve a que os professores se referiram, todos se fizeram em massa às salas dos exames e, neste momento, decorre em todas as escolas o processo de correcção dos testes finais realizados, para posterior produção das pautas”, afirmou.

De acordo com o calendário de exames, as avaliações vão decorrer em duas chamadas, sendo que, para o ensino primário, a segunda está prevista para os dias 21 e 22 de Novembro.

Já para o ensino secundário, a primeira chamada da décima classe será de 28 de Novembro a 1 de Dezembro e a segunda de 5 a 8 de Dezembro. Para a 12ª classe, a primeira chamada das avaliações está prevista para 28 de Novembro a 2 de Dezembro e segunda de 5 a 9 de Dezembro.

Os exames do quatro ano do ensino para jovens e adultos decorre nos dias 14 e 15 de Novembro, 1ª chamada e 5 a 9 de Dezembro, para 2ª chamada.

Para o processo, Muidumbe assegurou que as condições já foram preparadas, pois “os exames já foram reproduzidos, já foram distribuídos por todos os distritos e centros de exame e aguardam somente pela data de realização. Há júris já formados, há professores que já foram escalados para vigiar”.

A nível nacional, estão submetidos aos exames finais mais de um milhão e novecentos e cinquenta mil alunos, de todo o Sistema Nacional de Educação.

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