Num espectáculo marcado para dia 6 de Março, Milton Gulli vai apresentar um EP com músicas que contam histórias do dia-a-dia.
Quotidiano. Apenas isso. Esse é o título do EP de Milton Gulli, que será apresentado num concerto ao vivo no próximo dia 6 de Março, a parir das 20h30, no Centro Cultural Franco-Moçambicano.
No espectáculo de apresentação a realizar-se na cidade de Maputo, Milton Gulli será acompanhado por Hélder Gonzaga (baixo), Texito Langa (bateria), Nicolau Cavaneque (teclados), Joel Klein (guitarra) e Regina dos Santos e Rita Couto (voz).
Além de tocar as sete músicas que compõem o seu EP, Milton Gulli vai cantar músicas antigas do seu repertório, durante 90 minutos.
Duas das sete músicas que compõem Quotidiano são “Jogador” e “Puto”. No primeiro caso, a música conta a história de um menino humilde africano, que se torna um futebolista famoso. Em aproximadamente quatro minutos, “Jogador” é um pretexto para diminuir a relevância que se dá à diferença racial no mundo, que incentiva discursos de xenofobia. No fundo, o futebol aparece como um bom e/ou falso factor de harmonia social entre os apreciadores da modalidade.
No caso da segunda música, “Puto”, uma fusão entre o acústico e o electrónico, Milton Gulli também narra a história de um menino, no caso, de rua, realçando a sua condição, as suas brincadeiras, as suas malandrices, espertezas, os seus sentimentos, as suas esperanças e os seus sonhos. Ao nível sonoro, a música transporta imagens dos bairros e mercados dos subúrbios de Maputo, com destaque para Xipamanine e Mafalala. “Puto” também tem aproximadamente quatro minutos e é o segundo tema do EP disponibilizado ao público.
Para Milton Gulli, Quotidiano, que estará disponível no formato digital no dia 7 de Março, é o resumo de suas influências e projectos passados. “Não consigo definir muito bem o estilo das músicas, mas no EP, de facto, estão histórias do dia-a-dia, influências acumuladas ao longo do tempo que trabalho com a música”.
Quotidiano foi produzido pela Kongoloti Records. Antes deste EP a solo, Milton Gulli passou por bandas como Philharmonic Weed, Cool Hipnoise e The Grasspoppers. Desde 2005, faz parte do colectivo afrobeat Cacique´97. Já tocou com Prince Wadada, Kimi Djabaté, Mercado Negro, tendo sido convidado a participar no álbum de Sam The Kid.
Em Moçambique, trabalha com vários artistas, entre eles, Simba, Azagaia, TP50 e Ras Skunk.