No próximo dia 28, a partir das 17h30, o poeta Rudêncio Morais irá lançar a sua mais recente obra literária, no Instituto Guimarães Rosa, na Cidade de Maputo. A ser apresentada por Aurélio Ginja, O ecoar musical da gente – a música e o amor imprime nos textos o ritmo e as sonoridades moçambicanas. Para o efeito, o autor explorou as vozes, os lugares e os instrumentos tradicionais na definição da essência do que escreve.
Para o autor, O ecoar musical da gente – a música e o amor “é também uma homenagem aos fazedores da nossa música nacional. O livro percorre os vários lugares deste país, fazendo-se tradutor dos nossos silêncios, no amor e na forma com a qual encontramos na música um espaço para exteriorizar o que se nos vai à alma, com pureza e autenticidade”.
Com 110 páginas, O ecoar musical da gente – a música e o amor é resultado de um exercício de escrita bastante interactivo, tendo como ponto de partida a escuta atenta dos trabalhos dos músicos homenageados no livro e entrevistas que os mesmos foram dando em diferentes programas televisivos e radiofónicos.
Na sequência da escuta, houve um trabalho poético de Rudêncio Morais, buscando trazer as suas interpretações sobre o que as músicas tramitem, revestindo-as de uma significação que apalpa o íntimo dos lugares em que as mesmas foram concebidas, e estabelecendo uma ponte entre a música e o silêncio, para depois categorizar a música como um veículo no qual as línguas locais emolduram o amor, “cimentando partidas seguras para uma vida de profunda gratuidade”.
Entre os vários autores homenageados no livro, encontram-se Mr.Nhungue, Isaú Meneses, Grupo Primeiro de Maio, Fafitine, Carlos Gove, Saldicos, Elcides Carlos, Mandjolo, Matchume Zango, Duas Caras e Dudas.
“No final, este trabalho marca uma clara separação entre Falso Poeta e Rudêncio Morais, fechando, assim, um ciclo de convivência repartida, e, pavimentando, assim, um futuro em que o escritor se define plenamente como Rudêncio Morais”. Ou seja, ao contrário do que vinha acontencendo nos livros anteriores, em que o autor assinava Rudêncio Morais e Falso Poeta, nos próximos, o autor passará a assinar apenas com o seu próprio nome.
O prefácio de O ecoar musical da gente – a música e o amor é assinado por Aurélio Ginja, para quem “Há algo de divino na música, que a torna inseparável da voz sagrada da poesia! Por isso, Falso Poeta, vestindo a alma de Rudêncio Morais, cidadão mundano apaixonado pela música e Rudêncio Morais encarnado em Falso Poeta, lavrador da palavra, decidiram juntos e com identidades distintas, mas em comunhão fraternal, embarcar nesta aventura lírica em que a pena literária e a tecla musical de diversos autores se juntam, a beira da paisagem de letras e sons que este livro sugere”.