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Milhares de pessoas em Mogincual estão necessitadas

Foto: O País

O distrito de Mogincual foi o mais fustigado pelo ciclone Gombe na província de Nampula e, um mês depois, contabilizam-se 104 mil pessoas afectadas, das quais 9500 famílias precisam de uma atenção especial, porque perderam completamente as suas casas. Se tivermos em conta uma média de cinco membros por família, pode-se estimar que se trata de mais de 47 mil pessoas.

A assistência humanitária foi difícil nas primeiras semanas depois daquele evento natural extremo, devido ao corte das vias de acesso e durante mais de uma semana ficou completamente isolado do resto da província, mas, à medida que se vai repondo a transitabilidade, o INGD diz que vai aumentar a sua capacidade de assistência.

“Nas últimas duas semanas, temos estado a enviar alguns mantimentos para lá; temos um parceiro, a CARE, que já fez uma assistência a cerca de 1000 famílias em kits não alimentares (mantas, panelas e lonas que fazem parte do kit de abrigo), enquanto, da nossa partem, temos canalizado os mantimentos directamente para o Governo do distrito que, por sua vez, alcança as famílias mais vulneráveis das afectadas. O total das famílias afectadas ronda as 104 mil pessoas, aproximadamente 22 mil famílias. É este universo que paulatinamente precisamos de alcançar. Não são todos que estão nas mesmas condições, porque há aqueles que perderam as casas na totalidade e outros de forma parcial. Então, temos cerca de 9500 famílias que precisam de atenção especial, porque perderam totalmente as casas”, explicou Alberto Armando, delegado INGD em Nampula.

O assunto dos deslocados de guerra e das calamidades naturais tem merecido outra abordagem do Governo que diz que as pessoas não podem viver na situação de deslocados eternamente, a dependerem de ajuda alimentar, devendo ser inseridas no tecido económico para gerarem o seu próprio sustento.

“O caso específico dos que sofreram das intempéries que se abateram sobre a nossa província, como é o caso de Gombe, estão a construir as suas casas nas suas antigas zonas de residência. Ninguém é permitido construir a casa em nova zona de reassentamento ou de acomodação de qualquer tipo de deslocado. E em relação aos nossos irmãos de Cabo Delgado, igualmente, a medir pela estabilização ou pela conquista da paz na província de Cabo Delgado, elas, de forma paulatina, estão a regressar à província de Cabo Delgado, mas é preciso que todos saibamos que aqui não há política de forçar”, justificou Manuel Rodrigues, governador de Nampula.

Os nossos entrevistados falavam à margem da cerimónia de entrega de donativos da bancada parlamentar da Frelimo que se destina à assistência à população vítima do ciclone Gombe, sendo que o INGD garante que vai mandar todos os mantimentos para o distrito de Mogincual.

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