O País – A verdade como notícia

Mia Couto premiado pelo conjunto da sua obra no México

O autor de Compêndio para desenterrar nuvens foi distinguido, esta segunda-feira, no México, destacando-se numa lista constituida por 49 concorrentes.
Nunca um autor africano venceu o Prémio Internacional do Livro de Guadalahara. Ao fim de três décadas, eis que, pela primeira vez, um autor do “Berço da Humanidade” é reconhecido. Esta segunda-feira, com efeito, o grande premiado na 34ª edição da iniciativa mexicana é Mia Couto, que foi distinguido pelo conjunto da sua obra.
Na 34ª edição do Prémio Internacional do Livro de Guadalahara, houve 49 candidatos provenientes de 20 países de língua espanhola, francesa, italiana ou portuguesa. Nesse universo constituído por escritores provenientes de vários continentes, o júri decidiu, por unanimidade, declarar vencedor Mia Couto, pois, segundo considera: “A obra do escritor moçambicano se reconhece uma obra literária notável que chama a atenção e a sensibilidade do leitor para o continente africano e as suas relações históricas com toda a humanidade”.
Ainda para o júri, a obra literária de Mia Couto distinguiu-se entre os autores nomeados devido à sua inovação linguística, que, inclusivamente, faz repensar a relação integrante da comunidade dos países de língua portuguesa.
Reagindo ao prémio, nesta noite de segunda-feira, Mia Couto confessou: “Este prémio, evidentemente, é uma grande surpresa para mim. Este prémio é de grande prestígio internacional, com júri de académicos de vários países do mundo. Os concorrentes também são de vários continentes. Acho que não posso não ficar muito feliz, por saber que esta é uma partilha que eu faço do país a que eu pertenço”.
Na percepção do escritor, o Prémio Internacional do Livro de Guadalahara não se dirige a si, em particular, mas a todo o país. “Este não é um prémio dirigido a um escritor, em particular, mas é dirigido a uma cultura, a um país e a uma literatura que se chama Moçambique”, sublinhou.
Com a distinção, Mia Couto vai receber 150 mil dólares, cerca de 9 milhões de Meticais.
O Prémio Internacional do Livro de Guadalahara será entregue ao escritor em Novembro, no México. Nesta edição, o júri foi constituído por Carlos Reis, Graciela Montaldo, Jerónimo Pizarro, Juan Luis Cebrián, Lucía Melgar, Oana Fotache Dubalaru e Vittoria Borsò.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos