O escritor moçambicano, Mia Couto, sugere que as universidades apostem em pesquisas que falem do país, para que a história não seja manipulada. Mia Couto diz que é preciso resolver o desconhecimento que os moçambicanos têm de Moçambique.
Desafios da pesquisa no contexto actual do Ensino Superior em Moçambique foi o tema da aula de sapiência, proferida pelo escritor Mia Couto, na manhã desta quarta-feira, na Universidade São Tomás de Moçambique. Couto começou por destacar que a humildade é o maior instrumento de pesquisa. Porque só assumindo que não se sabe, é que se pode saber mais. E é esse exercício que julga necessário em Moçambique.
Para o escritor, a pesquisa não vai bem em África, nem em Moçambique uma vez que há pouca produção e dependência de fundos externos.
E porque estava numa universidade, Mia Couto usou a ocasião para criticar o que chamou de invisibilidade de pesquisa.
Aos jovens, que compunham maioritariamente a plateia, Mia Couto desafiou-os a questionar e contestar a realidade para que sejam capazes de produzir novos saberes. E deixar de pensar que para chegar onde pretendem precisam ser filhos de pessoas influentes ou serem desonestos.