Luís Miquissone não confirma a sua transferência para o Al Ahly do Egipto, no entanto admite desejo de trabalhar com Pitso Mosimane no gigante egípcio. O jogador diz estar em negociação com vários clubes, inclusive europeus, e os próximos dias serão determinantes para o seu futuro.
Disse adeus ao Simba sem indicar o seu destino. Há dias, Luís Miquissone anunciou a sua saída, depois de quase duas épocas de grandes exibições, mas o futuro ficou no segredo dos “deuses”. O anúncio foi feito depois de o gigante tanzaniano ter comunicado a sua venda, sem, no entanto, avançar o próximo clube do craque moçambicano.
Depois de tornada pública a saída, “Conde Boy” foi dado como certo no campeão africano de clubes, Al Ahly que, segundo informações, teria pago perto de um milhão de euros ao Simba, para garantir o passe do atleta.
Entretanto, esta segunda-feira, o prodígio de Angónia veio ao público baralhar o que parecia ser um processo com desfecho.
“O meu destino ainda está por cima da mesa. Dentro de dias, viajarei com o meu empresário para analisarmos as várias propostas que recebi. Tenho contactos de clubes africanos, mas também de alguns clubes europeus”, fechou-se em sete chaves o jogador de Angónia, sem alongar a conversa.
“Nos próximos dias, saberão do meu próximo passo, agora estou focado em ter desfecho deste processo todo.”
“GOSTO DE TRABALHAR COM OS MELHORES”
Na sua primeira aventura no futebol internacional, “Conde Boy” foi ao Mamelodi Sundows da África do Sul, orientado na altura por Pitso Mosimane, actual técnico do Al Ahly. A sua experiência não foi das melhores, porque, tempo depois, foi preterido (emprestado ao Royal Eagles e Chipa United) da segunda divisão. Em 2019, regressou à União Desportiva de Songo e, em 2020, ganha voo para o gigante tanzaniano Simba.
Engana-se quem pensa que, com o sucedido, Miquissone terá ficado mal na fotografia. O jogador tem vontade de escrever mais linhas na sua história com Mosimane.
“Se o desfecho for esse de ir ao Al Ahly, irei abertamente”. O passado fica no museu, mas será determinante e lá, no fundo, deixa escapar o jogador que o gigante egípcio pode ser a sua próxima paragem.
“Provarei ao técnico que, quando estive no Sundows, era outro jogador e se tivesse tido mais tempo, podia ter mostrado a minha qualidade”, diz o jogador ao afirmar que estar com os melhores tem um toque especial.
“Se for para estar no Al Ahly, com Pitso, lá estarei abertamente. Ele é um dos cotados treinadores do continente, por isso é sempre bom estar com os melhores”, vincou.
“OS CLUBES DEVEM APOSTAR NAS PROVAS CONTINENTAIS”
A porta para Luís Miquissone se mostrar à África de futebol foi a Liga dos Campeões. O “rapaz” de 26 anos foi preponderante na boa campanha do Simba. Fez três golos nas vitórias diante do Al Alhy por 1-0, frente ao Al Merrikh por 3-0 e contra o AS Vita Club por 4-1, na fase de grupos.
Com estes números, ajudou a sua equipa a seguir aos oitavos-de-final, tendo caído aos pés de Orlando Pirates da África do Sul, ao perder no agregado das duas mãos, por 4-3. Deixou para trás o Simba, mas os dados de Miquissone e a cobiça de vários clubes ficaram registados.
“Se há tanto interesse na minha contratação é porque estive em exposição. Os clubes tanzanianos optam muito por colocar as suas equipas nas competições africanas, o que não acontece em Moçambique”, começava assim o jogador a condenar a postura dos clubes moçambicanos que simplesmente não dão a mínima à montra do futebol continental. Aliás, no país, Costa do Sol até se deu ao luxo de abdicar da sua participação na “Champions” na qualidade de campeão em título, deixando só o Songo ser o único representante de Moçambique.
O Ferroviário de Maputo foi convidado, mas declinou-se a participar. Isto e mais alguma coisa entristecem o “Conde Boy” que manifestou desejo de ver tudo mudado.
“Queria apelar aos clubes moçambicanos para levarem em consideração as provas internacionais, pois é a partir destas que os jogadores ganham visibilidade, tornando-se, assim, simples para os clubes venderem os seus activos”, rematou.