O Secretário de Estado na província de Nampula admite o uso da força para obrigar as pessoas a não se aglomerarem defronte do Hospital Central de Nampula, mas diz que esse seria o último recurso depois do diálogo com os visados.
Um cenário totalmente diferente do que temos vindo a reportar: o passeio defronte do Hospital Central de Nampula, bem como o portão principal, estavam livres dos aglomerados populacionais na tarde desta terça-feira, por um motivo: as pessoas foram retiradas porque o Secretário de Estado ia inaugurar túneis de desinfecção, e porque nem todos tinham onde ir, alguns optaram por juntar-se ligeiramente distante do sítio habitual.
Mety Gondola aproximou e ouviu o que já se tem dito: “venho do distrito de Muecate e não tenho família. Vim acompanhar minha filha que teve parto a cesariana. Vim com mais duas filhas”, disse uma das senhoras.
Para o caso de doentes graves ou menores de 11 anos de idade que estejam internados no Hospital Central de Nampula a decisão é de se admitir apenas um acompanhante no recinto hospitalar. Os restantes não devem permanecer naque local, não só porque correm o risco de contaminação pelo coronavírus, como também pelo risco de outras doenças como gripes, uma vez que passam dias e noites ao relento.
“Temos que conseguir não dar primazia à força e penso que a situação evoluiu um bocado. Com conhece o cenário que tínhamos há duas semanas, não é o mesmo que temos agora”, optimizou o secretário de Estado em Nampula, Mety Gondola.
Mas em casos extremos, o Estado pode usar a força para impôr o distanciamento social.
“Só em caso de sentirmos que infelizmente não temos opção usaremos a força e nesse caso não hesitaremos em usar a força”, avisou.
O Secretário de Estado diz que a província de Nampula está a priorizar a instalação de túneis desinfectantes em vários pontos com maior concentração populacional, para além dos pontos de entrada e saída terrestre e aérea, com particular destaque para as zonas de ligação com Cado Delgado que conta com maior número de casos positivos para o coronavírus. Ao todo serão 25, e vai se priorizar o posicionamento de equipas de saúde para a medição da temperatura do corpo para os que entram ou saem da província de Nampula.
Por enquanto, Nampula ainda não tem a doença.
