O País – A verdade como notícia

Mesquita quer EN1 e EN7 redesenhadas a fundo

Foto: O País

O ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos defende uma reformulação dos projectos de construção de estradas, entre as quais a EN1 e EN7, pontes e infra-estruturas hídricas, e mais controlo de todos os processos, como forma de criar resistência aos efeitos das mudanças climáticas.

Carlos Mesquita falava, esta segunda-feira, perante antigos dirigentes do sector e especialistas em construção de estradas, pontes e infra-estruturas hídricas, durante a abertura do primeiro conselho de Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, subordinado ao tema: “por Infra-estruturas Rodoviárias Resilientes num Contexto de Mudanças Climáticas”.

Segundo o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, há necessidade de rever os projectos que foram concebidos, tendo em conta a situação climática anterior.

Este debate tem sido levantado na esfera pública, após os últimos eventos de destruição de pontes, vias de acesso e infra-estruturas hídricas, na última época chuvosa e ciclónica, que afectou cerca de 8.800 Km de estradas, 23 pontes, 14 passagens hidráulicas e três drifts.

“Esta situação leva-nos à necessidade de reflectir sobre os pressupostos para a concepção, dimensionamento, construção e operação ou manutenção das infra-estruturas rodoviárias e outras, tomando em consideração as últimas variáveis climáticas, incluindo as projecções para os próximos tempos”, disse o governante.

Segundo a fonte, a construção de infra-estruturas mais resistentes às mudanças climáticas passa por uma avaliação de todos os sectores sobre a forma como o processo é gerido, a partir do ministério, engenheiros, fiscais e tantas outras estruturas envolvidas nas obras públicas.

“Quando é que a questão de resiliência e qualidade começa? Obviamente, não é quando uma obra começa e está a ser implementada. Então, como é que se comportam todos estes actores, a partir daqui do ministério? Como é que concedemos as licenças, os alvarás? Quais são as fiscalizações que fazemos?”, indagou Mesquita.

Na lista das infra-estruturas cujos projectos devem ser redesenhados, segundo o dirigente, estão a EN1 e EN7, que foram construídas antes das mudanças climáticas que hoje se fazem sentir com mais incidência.

“Há necessidade de tornar as nossas infra-estruturas cada vez mais resilientes. Foi necessário, por exemplo, rever o projecto da estrada Tica-Buzi, uma obra que se iniciou há dias anos. Tivemos que alterar [no projecto] parte do troço, que foi galgada pelas águas.”

Com a realização do primeiro Conselho de Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, os gestores pretendem obter subsídios de entidades e individualidades especializadas em matérias de projecto, construção, fiscalização e manutenção de estradas e pontes e discutir sobre os desafios que a nova realidade climática impõe às infra-estruturas projectadas e construídas no contexto climático do passado, bem como as abordagens científicas, tecnológicas e de engenharia que podem ser adoptadas na concepção, no projecto e na construção de novas infra-estruturas rodoviárias em Moçambique.

É igualmente expectante que, depois deste debate, sejam identificadas as principais causas técnicas e de engenharia que conduziram à destruição ou colapso de infra-estruturas rodoviárias atingidas pela chuva intensa, tempestades, depressões e ciclones tropicais, e medidas técnico-científicas que possam contribuir para melhorar as soluções técnicas e de engenharia aplicadas na concepção, projecto, construção e manutenção de estradas e pontes no contexto da resiliência climática e obter subsídios que possam contribuir para o processo de tomada de decisão económica sobre os investimentos futuros, bem como para a reforma legal e normativa, no desenho e construção de estradas e pontes em Moçambique.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos