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Médicos dizem que não há condições para voltar a trabalhar

Os médicos dizem que não há condições para suspender a greve. Os profissionais de saúde queixam-se de intimidações e dizem que o Governo ainda não está a resolver as suas preocupações.

Uma vez mais, a Associação Médica de Moçambique convocou a imprensa para pronunciar-se sobre a greve em curso já há 17 dias.

Os médicos dizem-se indignados com o Governo, pelo não cumprimento das promessas, mesmo tendo avançado prazos. 

“Estamos no 17º dia da greve dos médicos, mas ainda não fomos contactados pelo Governo. Temos apenas recebido recados da imprensa sobre a situação económica do país. Nós, como médicos, temos consciência das dificuldades financeiras que o país enfrenta e foi com base nisso que a classe médica cedeu em quase todas as reclamações que constavam do caderno reivindicativo inicial”, explicou Milton Tatia, presidente da Associação Médica de Moçambique.

O Ministério da Saúde garantiu que o problema de enquadramento, por exemplo, estaria completamente resolvido até o dia 13 de Julho, o que, segundo diz a Associação Médica, não aconteceu, pois “diariamente nos chegam informações de que esta situação não foi resolvida. Por exemplo, alguns colegas dos distritos de Nampula tiveram os seus enquadramentos reduzidos, alguns do nível 17 para 14, outros de 18 para 16. Ainda ontem (terça-feira), recebemos informações de uma colega do Hospital Central de Maputo que viu o seu salário reduzido em sete mil Meticais”.

Os profissionais de saúde que se queixam de intimidações e de revisão do seu estatuto afirmam que não há condições para voltar a trabalhar. 

“Temos notado intimidações que levam à marcação de faltas, mesmo aos colegas que prestam serviços, então não acreditamos que estes problemas sejam resolvidos.”

A Associação Médica irá reunir-se, esta sexta-feira, para decidir sobre a prorrogação ou não da greve de 21 dias.

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