Os médicos queixam-se de cortes nos salários nos últimos meses. Dizem ainda que o Governo não cumpriu o acordado nas negociações, que passava por pagar alguns subsídios à classe.
Por isso, caso não haja entendimento, nos próximos dias, vão marcar a data da nova greve e anunciar os moldes em que a mesma vai decorrer.
A informação foi avançada por Napoleão Viola, porta-voz da Associação Médica de Moçambique, durante o programa Noite Informativa, da STV Notícias, que disse, na ocasião, que, de Dezembro a Fevereiro, o processo negocial decorreu de forma amistosa, com as partes a “entenderem-se”.
Entre as exigências da classe estavam o pagamento dos subsídios de diuturnidade e de investigação para os médicos especialistas e horas extras. A promessa era que isso aconteceria, mas o facto é que, de Março a esta parte, as suas preocupações parecem ter sido ignoradas.
“O facto é que, sabendo nós que parte dos colegas estava a receber menos, devido ao enquadramento, achamos que com a implementação dos abonos, haveria uma compensação. O facto é que, até hoje, desde Março, neste caso, houve pagamento de salários, mas não do pagamento dos abonos que tinham sido acordados”, reclamou.
Segundo Napoleão Viola, várias vezes, os médicos alertaram que havia abonos que não estavam a ser pagos, promessas de que o problema seria resolvido vieram, mas nada aconteceu, e há um agravante: há médicos que tiveram o seu salário reduzido em mais de 40%.
“Temos médicos que estão a receber muito menos do que vem na Tabela Salaria Única (TSU). Agora, por exemplo, com o salário do mês de Maio, temos uma situação de o mesmo Governo reduzir o salário de colegas sem informação prévia e, desde a altura da implementação da TSU, não estão a receber os seus abonos”.
Os médicos entendem que falhas acontecem e que a auditoria devia, sim, acontecer, mas reclamam do facto de não terem sido informados sobre os cortes.