A empresa Mozambique Community Network (MCNet) possui duas aplicações inovadoras que permitem melhorar a análise das informações digitalizadas através de scanner e a gestão de riscos no comércio entre Moçambique e outros países, bem como que possibilitam maior cobrança de impostos no território nacional. Na quarta edição da feira tecnológica Moztech, serão apresentados os detalhes sobre as inovações.
Porém, o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da MCNet, Rogério Samo Gudo, considera que o processo de digitalização de imagens através de scanner nos portos, aeroportos e nas fronteiras moçambicanas, que depois são analisadas pelas Alfândegas de Moçambique, possui muitos aspectos por melhorar. A MCNet prontifica-se a dar soluções para essas necessidades, de modo a que os Operadores de comércio internacional, possam beneficiar de maior rapidez ainda no despacho de mercadorias.
Segundo Samo Gudo, a empresa tem uma solução tecnológica chamada D-Tech que permite o armazenamento e a análise das informações digitalizadas através de scanner pelos Operadores nos portos e em outros postos de controle, envolvidos em trocas comerciais com Moçambique. O responsável acentua que a plataforma pode ainda fazer a análise de riscos no comércio externo.
Outra aplicação que também vai ser apresentada na próxima feira tecnológica Moztech chamada Omnis. Tem a capacidade para fazer acompanhamento de mercadorias via satélite e detectar riscos de desvios nas mercadorias em trânsito. Rogério Samo Gudo explica que a MCNet tem vindo a acompanhar a preocupação da Autoridade Tributária de Moçambique (AT) em relação aos desvios constantes de combustíveis e contrabando de mercadorias e acrescenta que a empresa que dirige tem soluções para minimizar estes desafios.
Em suma, tratam-se de duas soluções que já estão a ser usadas em muitos países, que a MCNet quer trazer para Moçambique. Em primeira mão, a empresa vai apresentar as novidades aos participantes da maior feira tecnológica do país que deverá ser realizada nos dias 24, 25 e 26 de Maio no espaço do Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, na cidade de Maputo.
“Nós identificamos estas necessidades, desenvolvemos as plataformas e disponibilizamos ao mercado. Cabe a nossa contraparte entender que precisa. Nós, através da Moztech, vamos poder interagir para alcançar este objectivo comum, que é utilizar estas aplicações em benefício de todos”, explica o Presidente do Conselho de Administração da MCNet.
Rogério Samo Gudo lembra que quando iniciou o projecto Janela Única Electrónica existiam muitos desafios, em termos de infra-estruturas, sobretudo na qualidade de energia elétrica, qualidade das comunicações e falta de capital humano especializado. Mas, actualmente, poucas coisas ficaram por resolver, no entender de Samo Gudo. Diz que a Janela Única Electrónica, hoje em dia, está pronta para minimizar outro grande desafio da AT – a colecta de impostos internos.
“A nível de infra-estruturas e operacional, estamos prontos para responder os desafios. Temos conhecimento dos avanços da Autoridade Tributária relactivamente a aplicação, mas a nossa infra-estrutura está disponível para acomodar esta plataforma. Quer dizer que o Estado já tem condições para resolver o problema de modernização dos impostos internos. A experiência que o nosso quadro técnico moçambicano adquiriu ao longo do tempo pode ser usada para responder as necessidades de outros sectores”, entende o Presidente de Conselho de Administração da MCNet.
Em 2010, a MCNet, empresa concessionária da Janela Única Electrónica, recebeu a responsabilidade de conceber, desenhar, financiar e implementar o projecto da Janela Única Electrónica. A nível de concepção e desenho, Samo Gudo diz que tudo já foi feito e defende que o processo de financiamento é dinâmico e que em relação à expectativa inicial, a MCNet já dobrou o investimento, sendo que a nível das funcionalidades foi executado em 90%.
A Janela Única Electrónica tem como finalidade, facilitar o comércio externo na importação e exportação de mercadoria, sendo a MCNet gestora do projecto com a tarefa de modernizar toda a cadeia de desembaraço aduaneiro. Rogério Samo Gudo diz que, actualmente, todos os operadores, nomeadamente, despachantes, importadores, exportadores, agentes transitários, agentes de navegação, autoridades portuárias, os bancos comerciais e o Banco de Moçambique, ministérios que emitem licenças, têm estado a operar dentro da Janela Única Electrónica.
A MCNet participou nas primeiras três edições da Moztech e, este ano, confirma a sua presença como parceiro estratégica por reconhecer o papel importante da feira para o desenvolvimento tecnológico do país. Rogério Samo Gudo diz que através do evento é possível massificar a utilização das tecnologias em Moçambique e melhorar a vida das pessoas.