Reduziu entre 2021 e 2022, no Hospital Geral de Mavalane, o número de entradas de doentes cujo estado se agrava no período de calor. A redução foi de menos 339 casos, ou seja, de 1741 em 2012 para 1401 em 2022. Apesar de considerar os dados positivos, os médicos reforçam o apelo para redobrar os cuidados.
Quando os termómetros disparam, pessoas com certas doenças crónicas sofrem as consequências.
As principais doenças que fazem com que as pessoas dêem entrada nos hospitais têm a ver com problemas cardíacos, de pele, a desidratação, sendo que a mais comum de todas é a hipertensão arterial.
No Hospital Geral de Mavalane o “O País” conversou com Helena Fernando. Hipertensa há anos sem conta, a nossa entrevistada conta-nos que cansou de “incomodar” os familiares e, como o caso desta vez não foi grave ao ponto de não conseguir se deslocar, sem auxílio, decidiu procurar o hospital pessoalmente.
O hospital já se tornou a sua segunda casa, uma vez que, para controlar a doença, faz consultas periódicas.
“Há muitos anos que sou hipertensa. Às vezes melhoro. Nestes dias de calor, tenho passado mal. Mas, quando não faz calor, melhoro. Dói-me o peito e a cabeça”, desabafou a senhora de mais de 60 anos de idade.
Nos corredores da mesma unidade sanitária, Orlando Jacob aguardava por sua vez no entendimento, enquanto nos contava a sua história. Orlando Jacob sofre de diabetes e hipertensão arterial, duas doenças que podem ser hereditárias, entretanto não sabe como as adquiriu, dado que não há histórico familiar para as doenças.
Com 78 anos de idade, diabético e hipertenso, conta-nos, com tristeza no olhar, como “convive” com as doenças há mais de cinco anos e que, por consequência, chegou a sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
“Esta doença tenho desde 2019. Por causa da tensão e da diabete, certo dia, de repente caí, fiquei muito tempo sem andar.”
Com a constante mudança de temperaturas que se verifica nos últimos dias, Orlando Jacob sofre, pois, segundo conta, “com o calor e a mudança de temperatura, a doença às vezes ataca-me, prende-me o joelho e não consigo andar”.
À sua semelhança, pessoas de várias idades procuram auxílio nos hospitais sempre que chega o Verão.
Nesse grupo de doenças, em 2021, o Hospital Geral de Mavalane registou 1741 entradas, contra 1402, em 2022, cuja redução foi de 339 casos.
“Este ano, nas últimas duas semanas, registámos 70 entradas”, disse Leopoldina Morais, médica.
Apesar da redução, a médica apela para que se continue a ter cuidado: “Aplicar o protector solar, principalmente nas zonas do corpo mais expostas; ingerir muitos líquidos, sumos e água; comer frutas e praticar exercícios nas horas mais frescas do dia”.
De acordo com o INAM, os próximos dias serão ainda mais quentes, com as temperaturas máximas a rondar entre os 32 e 35 graus Celsius.