O País – A verdade como notícia

Matos: um nome, três “manos ” para resgatar basquetebol da terra

Foto: O País

Onze anos depois de terem concretizado o muito adiado sonho de jogarem juntos (ndr: foi na selecção nacional durante o “Afrobasket” de Madagáscar e, depois, nos Jogos Africanos Maputo 2011), Amarildo, Pio e Augusto Matos voltam a unir forças para representar o Sporting de Quelimane na “poule” de apuramento da zona centro à Liga Moçambicana de Basquetebol Mozal, prova a realizar-se de 14 a 16 de Outubro. Gente da terra…para causas da terra!

Vai acontecer na Zambézia. De 14 a 16 de Outubro, o pavilhão Favizal acolhe, no seu bojo, o Sporting de Quelimane, Município da Beira (que esteve na última Liga) e ISPU de Tete que travam argumentos na luta pelo acesso à Liga Moçambicana de Basquetebol Mozal.

Convocou-se, para o efeito, os santos da casa para fazerem milagres. O clã Matos, neste caso Amarildo, Pio e Augusto aceitou ao chamamento da terra para colocar, seis anos depois, a cosmopolita cidade de Quelimane no mapa da Liga Moçambicana de Basquetebol Mozal. Fintar a falta de ritmo competitivo, causada, naturalmente, por longa paragem e ausência das quadras será o primeiro desafio.

O segundo, esse, será resgatar todos os predicados e argumentos que se lhes colocaram, num passado recente, entre os melhores intérpretes do basquetebol moçambicano.

Faltou, e tal não será possível por estar contratualmente ligado ao Ferroviário da Beira, resgatar outro referenciado machuabo com estatuto de MVP: Ismael “Timo” Nurmamad.

Seja como for, no pavilhão Favizal, Amarildo Matos, que se estreou pela selecção nacional com apenas 16 anos, tem a responsabilidade de carregar o Sporting de Quelimane para exibições seguras na “poule” de apuramento da zona centro à Liga Moçambicana de Basquetebol Mozal.

Aos 40 anos, Amarildo Matos terá que convocar toda a sua experiência na modalidade da bola ao cesto para devolver a alegria aos amantes do basquetebol em Quelimane.

Ainda que não tenha a mesma frescura do passado, o experimentado basquetebolista promete não ser de modas nesta fase de qualificação.

De resto, os cerca de 13 anos passados nos EUA, onde evolui na universidade de Alone, na Califórnia, e Tcheiney, em Pensilvânia, podem servir de inspiração para os outros componentes da equipa.

Mas mais do que transmitir os seus conhecimentos, o campeão nacional pelo Desportivo Maputo em 2002 será uma reserva moral e um factor aglutinador.

Três anos depois de ter disputado a final da Liga Moçambicana de Basquetebol em representação do Costa do Sol, Augusto “Gordo” Matos volta às quadras. Na equipa do tão contestado pelos corredores e não frontalmente Miguel Guambe, Augusto Matos contabilizou 18 pontos no jogo 2 da final diante do Ferroviário de Maputo mas não evitou a derrota por 90-78.

Desta vez, por uma causa: Quelimane, terra que o viu nascer. Longe dos holofotes do basquetebol, e entregue a outras missões da vida, Augusto “Gordo” Matos quer chamar à cola todos os atributos que fizeram dele uma das pedras-de-toque do Terceira Basket de Portugal, clube no qual foi melhor cestinha em vários jogos da então Liga Placard. Mais: foi nomeado para o cinco ideal em várias ocasiões.

Há, como referência no Augusto Matos, um jogador que no passado revelou-se determinante com suas exibições para o sucesso, em 2015, do Desportivo de Maputo de Bernardo “Coach B” Massimbe. Mas também brilhou, no ano seguinte, no Ferroviário de Maputo de Milagre “Mila” Macome que conquistou o campeonato nacional com vitória à negra na final frente ao homónimo da Beira (3-2, num play-off a melhor de cinco).

À ele, junta-se o seu gémeo Pio “Lingras” Matos. Castigado pelas lesões, Pio Matos fez a sua última aparição a sério também na final da Liga Moçambicana de Basquetebol Mozal. Estará, o MVP da Liga Moçambicana de Basquetebol de 2015, em condições de embalar em exibições cinco estrelas? Eis a grande questão!

Certo, certo mesmo, é que Pio “Lingras” Matos tem valor para ser um dos elementos mais importantes nesta luta pelo regresso de uma equipa de Quelimane à Liga Moçambicana de Basquetebol.

Os três anéis por si conquistados (2015, pelo Desportivo Maputo, e 2018 e 2019, ao serviço do Ferroviário de Maputo) podem, e deviam, ser inspiradores para provar que ainda tem algo a dar pelo basquetebol. Outra responsabilidade, e não menos importante: Zambézia vibrou, quando o filho da casa mereceu uma menção honrosa da FIBA-África na distinção dos dez melhores basquetebolistas do continente africano da última década.

O presidente da República, Filipe Nyusi, felicitou o jovem basquetebolista! E ele (Pio Matos) sabe que toda uma cidade vai estar atenta às suas exibições.
É bom também que Pio Matos recue no tempo e nos registo e rememore o seguinte: uma “bomba” sua consta das cinco melhores jogadas da primeira janela da fase africana de apuramento para o Campeonato do Mundo de basquetebol da China, em 2019.

Os gémeos desviados por David Canivete Jr do Maxaquene para o rival Desportivo Maputo, e integrados por Belmiro Simango na selecção sub-16 em 2005, têm uma palavra a dizer na “poule” de apuramento à Liga Moçambicana de Basquetebol Mozal. Do mais velho, Amarildo Matos, já nem se fala.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos