Quatro dias depois de vários militares terem impedido a realização do jogo entre Águias Especiais e Incomáti de Xinavane, da última jornada da Divisão de Honra, o clube Matchedje veio a público esclarecer os contornos da não realização da referida partida.
O Matchedje desmentiu, ontem, as declarações do delegado da Federação Moçambicana de Futebol (FMF), Manuel Lopes, e diz que o jogo entre Águias Especiais e Incomáti de Xinavane, do último sábado, só não se realizou, porque a equipa da capital do país chegou ao campo atrasada, facto que inviabilizou a realização da derradeira partida da Divisão de Honra ao nível da zona sul. “Não podíamos abrir as portas sem que Águias Especiais chegassem”, afirmou. Quanto à presença de dezenas de militares fardados e que impedirem a entrada de qualquer cidadão naquele recinto desportivo, o representante do Matchedje reagiu, dizendo que os militares que se encontravam no interior, a barrar a entrada das equipas e do público, apenas impediram a invasão do campo antes de ser entregue aos representantes, Águias Especiais de Maputo, donos do jogo.
Vulcano exige verdade desportiva
O Clube de Futebol Vulcano reagiu a sua ausência no jogo diante do SHM de Vilankulo. Abineiro Ussaca, seu representante, diz que foi em protesto contra a decisão da Federação Moçambicana de Futebol de remarcar um jogo envolvendo a Associação Desportiva de Chókwè, quando esta já havia averbado falta de comparência, sendo que para esses casos o regulamento da FMF é claro quanto às sanções impostas.
De acordo com o artigo 66 do Regulamento de Disciplina da FMF, é penalizado com desqualificação o clube que averbar três faltas de comparência numa prova, anulando-se todos os resultados obtidos com a equipa em causa. Desta forma, o Vulcano diz repudiar a remarcação do referido jogo entre a AD Chókwè e o SHM de Vilankulo, pois “não encontramos justificação plausível para o comportamento da AD Chókwè nem para o comportamento da FMF, em penalizar os clubes pelos problemas administrativos da AD Chókwè, mas sim devendo se fazer valer o instrumento legal”, referiu.
Por essa via, o Incomáti devia perder seis pontos, porque ganhou os dois jogos, enquanto o Matchedje terá a redução de quatro pontos, juntando a vitória em casa e o empate em Chókwè. Facto que deixaria o Incomáti com 42 pontos e o Matchedje com 41 pontos.
O Vulcano pede a verdade desportiva ou esclarecimento sobre o assunto, e deixa claro que não está a defender o Incomáti, o Matchedje ou qualquer clube, pois todos continuam nas suas posições, isto é, o Incomáti continua líder da prova independentemente da decisão da FMF.
Posição da FMF
A FMF reagiu dizendo que houve intervenientes colocados para organizarem o jogo que não ocorreu e, na hora, o delegado da entidade comunicou a ocorrência, mas na altura já não era possível resolver o caso, pelo que se ficou de remarcar a partida.. Em relação ao barramento perpetrado pelos militares, a FMF entende que foram mandados assim agir pelos responsáveis do campo, no caso o Matchedje. Daí que a responsabilização da não realização do jogo recai sobre os donos do campo, ou seja, sobre o clube Matchedje, e será levantada uma investigação por parte do Conselho De Disciplina da FMF, para apurar as reais motivações. Em relação à realização do jogo entre as equipas lesadas, o mesmo será remarcado para o próximo sábado.