O Presidente da República diz que os agentes da Polícia devem contribuir activamente para travar o terrorismo no país. Filipe Nyusi falava, esta segunda-feira, no encerramento do Curso Básico da Polícia, tendo exigido que os agentes se distanciem de actos de corrupção.
Armas ao punho, marcha, juramento à bandeira e tantos outros cenários cerimoniais marcavam o fim de um processo e o arranque de outro na vida dos mais de 11 mil jovens do 42º Curso Básico dos agentes da Polícia, que foram graduados.
A formação, que começou em Março, preparou para a vida de servidão os jovens que hoje, com alegria, dizem que tudo valeu a pena.
“Sempre meu pai perguntava o que eu queria ser no futuro e sempre respondia que queria ser agente da Polícia e hoje estou aqui”, disse Salvador Xavier, momentos após a formação.
Os jovens treinados na Escola Prática da Matalane provêm de quase todo o país, mas a missão era única: “Servir à pátria, independentemente do que acontecer. Foi duro e difícil, mas consegui lutar até terminar”, desabafou outra graduada.
Durante a sua intervenção, a ministra do Interior, Arsénia Massingue, afirmou que os graduados estão prontos para honrar a farda, defender a pátria e cumprir as ordens do Comandante-Chefe das Forças de Defesa e Segurança.
“Na primeira quinzena do mês de Março, iniciou-se uma epopeia na vida destes jovens, provenientes da nossa sociedade, dos quais com a missão recebida, com o seu saber, suor e sangue, dedicarem-se à garantia da ordem, segurança e tranquilidade públicas. Claramente, farão a diferença no cumprimento da missão acometida ao nosso ministério, ao serviço do povo Moçambicanos”, explicou.
Volvidos seis meses, a ministra julga ter-se alcançado o objectivo da missão de formação, e o resultado é a graduação.
Segundo o Presidente da República, ser agente da Polícia é aceitar servir sempre o interesse nacional, servir a pátria e estar disposto a tudo. Por isso, cada um que aceitou cumprir o período de formação deve estar ciente dos desafios que se seguem.
“O juramento à bandeira que acabamos de presenciar, com muita emoção, não é mero procedimento ou simples formalidade. É um acto que carrega em si um alto simbolismo e sentido de responsabilidade. Cada voz comprometeu-se a respeitar e defender a bandeira multicolor, defender, acima de qualquer outro valor, a honra e integridade moçambicana, e salvaguardar a soberania do Estado, independentemente do sacrifício que, para isso, for exigido, priorizar interesses comuns acima dos pessoais”, disse Nyusi.
Dirigindo-se aos novos membros da corporação, o Presidente da República exigiu que estes se juntem no combate ao terrorismo e a crimes diversos.
“Alguns de vocês que estão aqui vão imediatamente para formação especializada. Aqueles outros jovens que trabalhavam lado a lado com as Forças Locais, contra o terrorismo em Cabo Delgado, aqui beneficiaram-se de treinamento, vão abrir mais um quartel, em Cabo Delgado, para continuar a fazer o que já tinham iniciado, apesar da falta de formação.”
Para isso, Nyusi diz ser necessário que os graduados se distanciem de actos de corrupção.
“Distanciam-se de todas a práticas nocivas, ou seja, criminalidade organizada, extorsão, corrupção, contrabando e todo os outros crimes de que os membros da PRM têm sido suspeitos, acusados e condenados, manchando a imagem da corporação. Fica o repto, desde já que seremos intolerantes e implacáveis. Aplicaremos sanções de forma exemplar”, concluiu.
Dos 11 331 jovens graduados, 6780 são homens e 5551 mulheres. Alguns deles serão integrados nas Forças Especiais.
À Escola Prática de Polícia de Matalane, Filipe Nyusi instou que haja uma constante actualização das formações, para que a Polícia consiga antecipar-se aos crimes que perturbam a ordem pública.