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Marquito: o renascer “das cinzas”!

Fotos: O País

Uma inesperada doença “sacou-lhe”, do nada, do seu “habitat”: quadras!  Cerca de 400 dias de incertezas e provação não chegaram, nem tão pouco, para matar a esperança de voltar a fazer o que mais gosta: apitar partidas de basquetebol.

Sábado, em dia de retoma das provas da modalidade da bola ao cesto na capital do país, havia que assinalar também um regresso: Marques da Conceição Abdala, antigo árbitro internacional, voltava a fazer soar o apito num pavilhão.

Onde, desde 1994, jurou fidelidade e amor a uma das modalidades que tem colocado Moçambique no olimpo, mas nem por isso valorizada como se recomendaria num país com agenda desportiva séria.

A Politécnica vs Universidade Pedagógica, jogo corrido inserido na 1ª jornada do Campeonato da Cidade, assinalou a reaparição do “baixinho” nas lides do basquetebol indígena.

Com várias nomeações para dirigir finais da Liga Moçambicana de Basquetebol, Campeonato Nacional de seniores femininos e da Cidade em ambos sexos, Marques da Conceição Abdala atingiu o ponto mais alto da sua carreira ao marcar presença nos Jogos da Lusofonia, em Goa, Índia, em 2014. E não podia sair de lá tão orgulhoso: internacionalizou-se e testemunhou a conquista da medalha de ouro pela selecção sénior feminina. Tempos outros!

Um ar orgulhoso, mas também enternecido denunciavam o seu semblante antes mesmo do duelo A Politécnica vs Universidade Pedagógica.

“Sinto-me feliz e emocionado. É uma sensação ímpar voltar a fazer o que gosto”. Palavras de quem, mesmo estando fora das quadras, nunca se sentiu abandonado pelos colegas de profissão. Pelo contrário, Marques da Conceição Abdala diz ter sido “amparado” e, acima de tudo, a classe deu-lhe muita “força”.

Pois bem. O Campeonato da Cidade é a prova “must” do calendário da Associação de Basquetebol da capital, a que movimenta mais atletas no país.

Outrossim, é a porta de entrada para a “poule” de apuramento da zona sul à Liga Moçambicana de Basquetebol, pelo que atractiva e motivo de grande interesse dos clubes (mesmo os que têm assegurada a qualificação para a LMB).

Jogos de grande intensidade e luta nas quadras estão em perspectiva. Com larga experiência, Marquito não se sente pressionado. Antes isso: motivadíssimo. “Estou preparado para apitar os jogos. Sempre treinei para estar em forma”, assegura.

Há que manter a forma. Há que provar, a cada jogo, que qualidade é algo que habita em si. Sobretudo, numa prova em que se prevê uma luta renhida pelo estatuto de rei da Cidade de Maputo na modalidade da bola ao cesto. “Em nenhum momento me sinto pressionado. Preparei-me física e psicologicamente, até porque aprendi a encarar os jogos da mesma forma e a dar sempre o meu melhor”.

Hoje por hoje, já não ostenta a carteira de internacional que lhe foi “conferida” em Julho de 2013 na acção de formação orientada por Ludomir Kotleba, então director de competições da FIBA-Africa. O sonho de engordar a curta lista de árbitros internacionais de basquetebol não morreu. O céu é o limite, aliás.

“Claramente que ainda posso apitar jogos internacionais até porque a idade me permite. Estou dentro dos limites exigidos pela FIBA”.

Marques da Conceição Abdala já apitou o Campeonato Africano de Basquetebol sub-18, prova realizada em 2016, no Cairo, Egipto. Abdala marcou presença em três edições dos Jogos do SCSA.

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