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Mariana Carrilho em residência artística em Lisboa

Foto: Mário Cumbana

A artista moçambicana encontra-se a participar numa residência artística que está a decorrer em Lisboa, em Portugal. Mariana Carrilho descreve a experiência como rica e intensa.

 

A cantora lírica Mariana Carrilho foi seleccionada para participar numa residência depois de uma candidatura aberta pelo Laboratório de Artes Performativas de Lisboa, em Portugal. A sessão que irá durar até 13 deste mês é uma oportunidade de criação na qual a artista está a aprender a explorar cantos, criações cénicas e treinamento físico sob orientação da mestre Graziele Sena.

Considerando a pluralidade da abordagem das áreas tratadas na residência, Mariana Carrilho entende que o programa vem mesmo a calhar, pois, além de cantar, navega nas
artes plásticas. Aliás, a sua primeira formação foi em Belas Artes. “Há mais ou menos três anos, venho retomando a minha actividade nessa área”, afirmou.

A residência artística do Laboratório de Artes Performativas de Lisboa está a realizar-se no Palácio Pancas Palha, na capital portuguesa, e tem agendada uma sessão aberta ao público seguida de mesa redonda a 13 de Agosto, portanto, no mesmo dia de enceramento das actividades.

Enquanto a residência não chega ao fim, Mariana Carrilho quer desfrutar de tudo, até porque “É uma oportunidade de explorar a arte da performance e recriar alguns textos que tenho escrito ao longo dos anos, relacionados com a minha experiência com a migração e a diáspora”.

No entender da artista, a experiência a decorrer no Palácio Pancas Palha constitui um desafio, pois encontra-se a trabalhar com pessoas que têm bases muito sólidas de teatro – actores de profissão. “Sempre quis explorar o teatro com mais rigor. É verdade que também é um terreno trabalhado na ópera, mas não é a mesma coisa. Não obstante, como sabemos, nenhum moçambicano tem medo de teatro. Desfruto de cada tentativa, erro e progresso. Estou a aprender muito sobre detalhe, concentração e memorização”.

Outra constatação que está a interessar Mariana Carrilho é a partilha intensiva de conhecimento, no que considera “Um grande cuidado de Graziele Sena na transmissão oral e rítmica dos cantos – elementos incontornáveis da cultura africana –, e um profundo crescimento como colectivo artístico e individual”.

Mariana Carrilho encontra-se em residência artística semanas depois de ter actuado na segunda série de concertos da Temporada de Música Clássica de Maputo deste ano.

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