O País – A verdade como notícia

Marcelo Panguana retrata guerra colonial em livro

Na última sexta-feira, na Universidade Pedagógica de Maputo, Marcelo Panguana lançou o seu mais recente romance. Intitulado A hora maconde, o livro foi apresentado por Nelson Saúte.

Para o escritor e editor Nelson Saúte, pela primeira vez, um escritor preto escreve um romance de fôlego, narrando a história, do lado do exército colonial português em Moçambique, que também teve soldados pretos. Logo, A hora maconde, de Marcelo Panguana, “É, por conseguinte, a história da guerra colonial em oposição à luta de libertação nacional”.

De acordo com Nelson Saúte, a história retratada em A hora maconde, por um escritor negro, é algo inédito em Moçambique. No entanto, além disso, a solidão, a loucura e a morte são o esteio literário de A hora maconde, que consagra os anti-heróis de um tempo e de uma memória.

Referindo-se ao seu novo romance, o escritor recentemente laureado com o Prémio de Literatura José Craveirinha confirmou que se trata de um exercício de memória em relação aos contecimentos que foi protagonista durante a guerra de libertação nacional. Estando do lado do exército colonial português, Marcelo Panguana disse que teve a possibilidade de observar imensos fenómenos, que muitas vezes escapam aos moçambicanos, quando se fala da luta armada de libertação nacional.

Recuando meio século, Marcelo Panguana, portanto, recupera episódios que considera importantes para a actualidade e para a compreensão da História de Moçambique, fazendo da ficção narrativa uma possibilidade de dar sentido à realidade.

Na cerimónia de lançamento do livro A hora maconde, na Universidade Pedagógica de Maputo, houve espaço para as actuações musicais de Stewart Sukuma e de Mingas.

O romance A hora maconde, de Marcelo Panguana, foi editado pela Alcance Editores.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos