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Manuel de Araújo acusa Frelimo de pretender iniciar uma guerra

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O cabeça-de-lista da Renamo em Quelimane, Manuel de Araújo, lançou, esta quarta-feira, duras críticas ao partido Frelimo face à situação política actual. De Araújo começou por dizer que Moçambique está a viver momentos infelizes, porque Frelimo está a lançar veneno para empurrar o país a uma guerra.

Face às diversas irregularidades que marcaram as eleições de 11 de Outubro passado, resultados que dão vitória à Frelimo em 64 municípios, incluindo a cidade de Quelimane, onde o cabeça-de-lista da Renamo reclama vitória, Manuel de Araújo acusou o partido Frelimo de pretender colocar o país numa situação de guerra.

De Araújo diz que a Frelimo está a afrontar o povo moçambicano e a Renamo enquanto partido. “A Frelimo está a lançar veneno em todo o país, porque eles querem guerra. O Presidente Nyusi roubou, e porque roubou, ele tem de ser julgado nos processos de Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, como também no tribunal de Londres. Mas, desta vez, ele utilizou a imunidade porque existe um princípio no direito internacional, segundo o qual um Presidente em exercício não pode ser julgado”, disse Araújo.

O cabeça-de-lista da Renamo em Quelimane foi ainda mais longe, ao afirmar que “a Frelimo usa os nossos embaixadores lá no estrangeiro, para mentir e proteger, mas também os embaixadores dos outros países que estão aqui, em Moçambique, não estão a mandar informação sobre aquilo que está a acontecer aqui, e porque, como partidos da oposição, não temos representações diplomáticas em todo o mundo, nós ficamos em desvantagem”.

Manuel de Araújo lançava, assim, duras críticas aos governos de Portugal, Itália e França por estarem em silêncio face àquilo que chama de resultados fraudulentos das eleições autárquicas, por estarem interessados na exploração do gás de Rovuma na província de Cabo Delgado.

De Araújo entende que, em vez daqueles países contribuírem para o exercício da democracia no país, a sua maior preocupação está na exploração dos recursos naturais.
Referiu que a acção diplomática que tem estado a fazer um pouco pelos países vai continuar para que o mundo saiba o que realmente aconteceu nas eleições autárquicas. “A comunidade internacional hoje sabe que o Governo da Frelimo é de mafiosos, ladrões e que não defende a democracia”, disse.

Araújo afirmou ainda que é um Governo capturado por narcotraficantes, por isso não obedecem à lei, não respeitam a Constituição da República e muito menos a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Sobre as suas viagens para o exterior, o cabeça-de-lista diz que “nós vimos a Frelimo preocupada com o meu envolvimento nas relações internacionais e quem é que paga as minhas viagens. A resposta é que tenho partido e que eles não estavam habituados a ver uma acção enérgica vinda dos partidos da oposição. Eles querem saber como é que Araújo consegue vistos tão rápidos, nós, graças a Deus, não só estudamos diplomacia como demos aulas. Alguns destes que perguntam foram nossos alunos”.

O POVO DEVE ACORDAR, SEGUNDO MANUEL DE ARAÚJO

Manuel de Araújo apela ao povo moçambicano, com destaque para o de Quelimane, no sentido de continuar a lutar para a democracia no país, uma vez que Moçambique vive tempos difíceis.

Diz que é preciso que o povo moçambicano acorde não para voltar ao mato, mas para partir das cidades lutar para aquele desiderato. “Nós sabemos onde eles trabalham, onde eles vivem e se for preciso cada um de nós ir para casa e serviço deles para almejada justiça e reposição dos votos depositados a favor da Renamo”, frisou De Araújo.

No entanto, diz que tem informações de fontes seguras da presença de esquadrões da morte que pretendem matar a si e o famoso músico Joel Amaral, que tem animado as marchas de reivindicação da Renamo em Quelimane. Por isso, De Araújo diz que “se o Conselho Constitucional não der provimento às reivindicações justas da Renamo, a nossa posição é que o partido deve imediatamente convocar uma sessão do conselho nacional que vai discutir os passos que a Renamo deve tomar”.

Manuel de Araújo diz ainda que, nesta altura, já não chega uma decisão da comissão política do partido, “é preciso ir buscar os órgãos para a sessão extraordinária para discutir resultados eleitorais e passos a seguir, a decisão será de cumprimento obrigatório”.

DESTITUIÇÃO DO BISPO CARLOS MATSINHE

A respeito do Bispo da Igreja Anglicana, Dom Carlos  Matsinhe, que também é presidente da Comissão Nacional de Eleições, Manuel de Araújo exige a sua demissão, não só como líder da Igreja Anglicana em Moçambique e Angola, como também da CNE, por entender que não tem ética, valores e não teme a Deus.

“Não pode o mesmo homem de dia servir a Deus e a noite ao diabo, esse não serve para ser pastor, padre e quanto muito para ser bispo. Estamos a trabalhar com os nossos irmãos de Angola para começarem com manifestações para que este bispo seja destituído”, concluiu Manuel de Araújo.

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