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Manuel Chang condenado a oito anos de prisão nos EUA

O antigo ministro das Finanças, Manuel Chang, foi condenado a oito anos e meio de prisão em Nova York, Estados Unidos da América, pelo seu envolvimento no escândalo das dívidas ocultas. A condenação surge depois de Chang ter ficado detido durante seis anos.

É o desfecho de um processo judicial que, para Manuel Chang, teve seu início a 29 de Dezembro de 2018, quando foi detido no Aeroporto Internacional Oliver Tambo, África do Sul, durante uma viagem que tinha como destino Dubai.

Após a sua extradição para os Estados Unidos da América, onde respondia ao processo judicial pelo envolvimento no escândalo das dívidas ocultas, o antigo ministro das Finanças e antigo deputado viu-se condenado em Agosto de 2024, entretanto sem determinação da pena.

Esta sexta-feira, a justiça norte-americana determinou oito anos e meio de cadeia para Manuel Chang, por crimes conspiração para cometer fraude em transferências financeiras e (ii) conspiração para lavagem de dinheiro.

A Voz da América avança que Manuel Chang, ao se dirigir ao juíz antes da leitura da sentença, disse “estar envergonhado” com as suas ações e que lamento profundamente pelos danos causados.

O antigo ministro também implorou ao juiz que tivesse “compaixão” e que tivesse em conta na sua sentença os quase seis anos que já cumpriu na prisão, dos quais quatro anos e meio, segundo ele, em condições deploráveis na África do Sul.

Ao ler a sentença, o juiz Nicholas Garaufis disse que considerou os seis anos que ele está preso e que dentro de dois anos e meio será libertado e deportado para Moçambique.

”As vítimas confiaram no Sr. Chang para gerir os seus investimentos e o desenvolvimento do seu país de uma forma livre de corrupção”, disse Garaufis na sentença de Chang no tribunal federal de Brooklyn.

Os procuradores acusaram Manuel Chang em subornos da empresa de construção naval Privinvest em troca da sua aprovação de uma garantia do Governo de Moçambique para empréstimos de bancos, incluindo o Credit Suisse, a três empresas apoiadas pelo Estado.

Entretanto, a defesa de Chang diz que pretende recorrer da sentença.

Antes de chegar aos Estados Unidos da América, Manuel Chang ficou quase cinco anos detido na África do Sul a espera de uma decisão sobre para qual país seria extraditado, tendo em conta que corria um processo judicial contra si em Moçambique e nos Estados Unidos da América e só em Junho de 2023 é o antigo governante foi extraditado aos EUA.

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