O reino de eSwatini enviou o exército para as grandes cidades no sentido de reprimir protestos de jovens pró-democracia, que anseiam o fim da monarquia.
Nas últimas semanas, grupos de manifestantes fizeram-se à rua protestando contra o regime de monarquia no reino de eSwatini. Montaram barricadas em algumas estradas, pilharam estabelecimentos comerciais e inviabilizaram o trânsito.
A noite de segunda-feira foi a pior noite de sempre, segundo Lucky Lukhele, porta-voz da Rede de Solidariedade do eSwatini, citado pelo Notícias ao Minuto.
A fonte contou que um jovem foi alvejado à queima-roupa pelo exército e várias outras pessoas encontram-se hospitalizadas.
O regime de Mswati III é acusado de na segunda-feira ter libertado soldados e polícias armados sobre civis desarmados. Mais de 250 manifestantes ficaram feridos por balas ou embates, refere a DW.
Para conter a agitação e a onda de protestos anti-monarquia, na segunda-feira, as autoridades destacaram soldados para patrulhar as ruas, sobretudo para as duas principais cidades, Manzini e Mbabane, onde os manifestantes queimaram pneus e vandalizaram carros.
A News 24 noticiou que os protestos cresceram, nos últimos meses no eSwatini, devido à exigência de democracia multipartidária, reforma económica e responsabilização da polícia pelos seus desmandos.
Os protestos ganharam força quando o decreto do governo proibiu os cidadãos de se manifestarem e entregar petições a funcionários do governo.
Na terça-feira, as autoridades impuseram um recolher obrigatório e o encerramento das escolas, apelando à calma e paz.
Em comunicado, o primeiro-ministro do eSwatini, Themba Masuku, disse que ninguém deve estar nas ruas depois das 18h00.
No poder desde 1986, Mswati III é alvo de críticas pelo seu punho de ferro e pelo seu estilo de vida luxuoso num país em que dois terços dos 1,3 milhões de habitantes vivem abaixo do limiar da pobreza, de acordo com a DW.
OITO MORTOS E DEZENAS DE FERIDOS
Ainda sobre a agitação e desmandos no reino de eSwatini, a News 24 diz que os protestos continuam, pelo menos oito pessoas já morreram em Manzini outras dezenas ficaram feridas e outras ainda detidas.
Segundo a mesma publicação sul-africana de notícias online, esta quarta-feira, os manifestantes em eSwatini desafiaram o toque de recolher.
Além de exigir o fim da monarquia, populares acusam o regime de Mswati III de usar regulamentos contra a COVID-19 para reprimir manifestações públicas e impor bloqueios nas estradas.