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Mambas recebem Camarões e Malawi em Marrocos

Foto: O País

Os Mambas vão defrontar as suas congéneres dos Camarões e Malawi, como anfitriões, na quarta e sexta jornadas de Qualificação ao Mundial Qatar 2022, no Grand Stade de Tanger, em Marrocos, respectivamente nos dias 10 de Outubro e 11 de Novembro. A decisão foi dada a conhecer pela Federação Moçambicana de Futebol, em face da reprovação do Estádio Nacional do Zimpeto para jogos internacionais

Na semana passada, a Confederação Africana de Futebol realizou uma inspecção ao Estádio Nacional do Zimpeto para aferir as condições do mesmo para acolher provas internacionais de clubes e de selecções nacionais sob a égide do organismo que tutela o futebol no continente. Depois de verificar as condições do relvado, que se encontra em péssimas condições devido à falta de manutenção, bem como outros departamentos, como os lavabos e balneários, a CAF decidiu pela interdição do maior palco desportivo do país, e único que podia acolher jogos das competições internacionais.

Após a interdição do Estádio Nacional de Zimpeto, a Federação Moçambicana de Futebol foi ao terreno à procura de soluções. Afinal, era preciso encontrar um país que pudesse acolher jogos do combinado nacional.

Dentre várias propostas colocadas à mesa, a escolha acabou por recair sobre o Marrocos, país com o qual a FMF diz ter uma relação de amizade muito forte. “Dentro das propostas que tivemos, analisamos e chegamos à conclusão de que Marrocos oferece as melhores condições”, disse o vice-presidente para as selecções nacionais, Paito, que acrescentou que “primeiro, as boas condições do piso. Segundo, para evitar percorrer longas distâncias, visto que, no dia 06 de Outubro, jogámos em Yaoundé para a terceira jornada e, no dia 10 do mesmo mês, vamos a Marrocos. Terceiro, porque temos boas relações de amizade com a federação local”.

Martinho Macuane explica, ainda, que Marrocos dispõe das melhores condições para albergar jogos dos Mambas, contrariamente a outros países que estavam em cima da mesa, casos da África do Sul e Namíbia.

“A nível desportivo, Marrocos é um país que nos ajuda bastante, pois, na avaliação que fizemos, irá facilitar na vinda e no regresso de atletas que militam na Europa, pois não terão de percorrer longas distâncias. Por exemplo, se tivéssemos de jogar em Yaoundé e, depois, na África do Sul, um atleta que milita na Europa teria de fazer uma viagem a Camarões, de lá para Joanesburgo e, desta cidade, para o velho continente. Seria desgastante para a saúde de um atleta de futebol”, explicou o vice-presidente da FMF.

A aposta por Marrocos foi tomada, em parte, pela não resposta da África do Sul, ao pedido de Moçambique em realizar os seus jogos no país vizinho, tendo em conta que havia possibilidade de se realizar jogos em Mbombela ou Joanesburgo.

 

HORÁCIO GONÇALVES SATISFEITO, MAS PREOCUPADO

O seleccionador nacional, Horácio Gonçalves, diz não estar preocupado com a escolha, pois, segundo justifica, mesmo jogando fora, sempre será sem público de casa. Ainda assim, para o seleccionador nacional de futebol, a escolha de Marrocos reduzirá as deslocações dos atletas, por isso estratégica, o que vai contribuir para minimizar o desgaste dos atletas.

“Todos nós moçambicanos gostaríamos de jogar no Zimpeto, mas não é possível e ter-se-ia que se arranjar uma solução e a solução encontrada é se jogar no exterior e sem público e, por isso, em qualquer estádio, desde que proporcionasse condições para os jogadores exporem as suas qualidades, era indiferente. Se era na China, Marrocos ou Zâmbia foi a solução encontrada com grande esforço e, por isso, só posso felicitar a federação por esse esforço”, disse Horácio Gonçalves.

Ademais, muito mais do que estar preocupado com o local que vai acolher os jogos da selecção nacional, o seleccionador nacional prefere concentrar-se no mais importante. “Cabe-nos continuar a trabalhar com o mesmo foco, que é ganhar jogo a jogo”, reiterou.

A Federação Moçambicana de Futebol considera que, apesar de os Mambas jogarem fora, os objectivos de qualificar continuam intactos.

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