O Primeiro-Ministro, Adriano Maleiane, diz que cabe às universidades explicar o atraso no pagamento de subsídios de bolsas aos estudantes. Os atrasos já levaram à greve estudantes de pelo menos três universidades do país.
Replicam-se as greves por falta de pagamento de subsídios de bolsa e condições precárias em residências das universidades do país. O caso mais recente culminou com a detenção de seis estudantes da Escola Superior de Ciências Náuticas, após uma manifestação contra as péssimas condições na residência.
Chamado a reagir pelo O País, o Primeiro-Ministro diz que cabe às universidades visadas explicar o que está a acontecer, considerando que as bolsas de estudo não são planificadas no Orçamento do Estado.
“Deve-se perguntar às universidades, a bolsa é dada pela universidade, não é um assunto planificado no Orçamento do Estado. Só pode atribuir a bolsa a universidade que tiver capacidade de pagar, portanto é justo que o prometido seja cumprido”, disse o Primeiro-Ministro
Sobre o envolvimento do Ministério da Economia e Finanças, por supostamente demorar na canalização de fundos para as universidades, o governante diz que ouviu pela primeira vez com os estudantes em greve e que as universidades devem encontrar soluções.
“Ouvi dos estudantes que estavam a marchar na rua, mas questionei como é que pode ser o Ministério da Economia e Finanças se o ministério não paga bolsas. As universidades é que pagam a bolsa. devem procurar os estudantes e as universidades que concederam a bolsa, a universidade não disse quando assinou que ‘estou a dar a bolsa condicionado ao orçamento’”, disse a finalizar, à margem do encontro inter-religioso em Maputo, esta quarta-feira.
Entre as universidades com dívidas a estudantes bolseiros estão a UniLucungo, Unilúrio, UP-Maputo e a Escola Superior de Ciências Náuticas.
O ensino superior em Moçambique tem registado evolução substancial no que concerne ao número de estudantes, tanto nos novos ingressos como nos graduados. Estes avanços têm sido justificados pela abertura de novas instituições, que passaram de 44 em 2015 para 56 em 2020.