Mais uma viatura moçambicana foi destruída, ontem, à tarde na África do Sul. A situação acontece depois da Ministra dos Negócios Estrangeiros ter garantido que tais episódios não voltariam a acontecer.
Na manhã de ontem, Verónica Macamo, ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, garantiu à imprensa que já havia sido montado um dispositivo de segurança para impedir a vandalização de viaturas de moçambicanos na África do Sul. Entretanto, no período da tarde, a destruição de mais uma viatura veio contrariar as palavras da governante. O vídeo enviado por transportadores que testemunharam o sucedido, mostra a viatura a ser consumida pelas chamas. Entretanto, não há relato de vítimas mortais.
A autenticidade do vídeo foi também confirmada pela Associação de Transportadores Rodoviários Internacionais da Baixa, que voltou a mostrar preocupação com o fenómeno.
“A situação não está boa. Ontem, depois de termos estado reunidos com o Director Nacional de Transportes e Segurança, no ministério dos Transportes e Comunicações, recebemos mais esta informação da destruição de mais uma viatura de um colega de Inhambane. Fizeram isso num sítio onde nós pensávamos que era seguro e alternativo àquela via problemática. Isso quer dizer que eles (os malfeitores) aperceberam-se que estávamos a fazer aquele desvio e foram lá para destruir mais uma viatura”, lamentou Frederico Lopes, presidente da associação.
Face ao aumento de casos, os transportadores pretendem mudar a rota a usar de Moçambique para Durban. “Tenho estado a falar com os colegas que estão na África do Sul para concertarmos como iremos proceder nessa situação. Estamos a pensar em usar uma outra rota. Isto é, abandonar a da Ponta de Ouro e passarmos a usar a que usávamos há 30 anos, a que passa do reino de e-Swatini. Mas não temos como tomar essa decisão sem articular com os colegas que estão do outro lado. Ademais, mesmo depois dessa decisão, ela deve ser chancelada pelo Ministério dos Transportes e Comunicações”, explicou.
Mesmo assim, os transportadores vivem com medo. “Não sabemos onde isso vai parar. Mesmo com essa mudança não sabemos se eles irão mudar de abordagem e seguir-nos noutros caminhos. Temos medo que a situação possa se alastrar”
Segundo a associação, apenas viaturas com matrículas sul-africanas é que são permitidas no percurso, sendo por isso, que apenas uma seguiu, esta terça-feira, viagem para Durban.