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Mais de 5mil campas em Lhanguene e Michafutene estão abandonadas

Foto: O País

O Município de Maputo tem, nos seus registos, mais de 5250 campas que estão abandonadas nos cemitérios de Michafutene e Lhanguene, os principais da Cidade de Maputo.

Segundo dados fornecidos ao “O País” pela edilidade, até ao momento, foram contabilizadas 2450 campas abandonadas no cemitério de Lhanguene e outras 2800 em Michafutene, também chamado de Novo Cemitério.

Estes números ainda são parciais e foram contabilizados após o fim da submissão das fichas para o processo “normal” de regularização das campas, nos cemitérios de Lhanguene e Michafutene, em Novembro passado.

Conforme disse Hélder Muando, director municipal das Morgues e Cemitérios, de Novembro para cá, a equipa técnica trabalha fazendo chamadas telefónicas aos munícipes para concluírem o processo de regularização, que já superou as metas pretendidas.

“No cemitério de Lhanguene, até ao momento, conseguimos regularizar cerca de 18,700 campas, mas temos, ainda, 1300 fichas que esperam a regularização e estamos a efectuar chamadas para os munícipes. Em Michafutene, fizemos a regularização de 14,300 campas e foi o total das fichas submetidas”, referiu Hélder Muando.

Assim, com as campas regularizadas, o Município de Maputo já sabe quais e quantas campas estão abandonadas. E, até ao fim do ano, altura em que termina o processo de regularização, caso não sejam reclamadas, serão revertidas a favor da edilidade.

“Para essas campas, as famílias não compareceram nesse período de inscrição. E, com base na postura municipal, a não manifestação de interesse por parte da família em regularizar a campa, após cinco anos da realização do enterro, é considerado abandono e serão todas retiradas as ossadas e colocadas em ossuários.”

Antes da reversão, as famílias serão informadas. Ainda não há datas exactas, mas espera-se que, até ao fim deste ano, o processo seja finalizado.

O Município de Maputo pretende, segundo a fonte, fazer uma melhor gestão do espaço funerário e, de acordo com o responsável pelas Morgues e Cemitérios, a imagem destes locais já começou a mudar, e há funcionários sazonais contratados para fazer a limpeza dos cemitérios.

“Como temos um período longo de chuvas e o capim cresce bastante, estamos a introduzir métodos químicos para ver se controlamos o crescimento do capim. Já temos água a jorrar no cemitério de Lhanguene e estamos a melhorar as vias e passadeiras do cemitério e o estado dos jazigos”, avançou.

Muando disse, ainda, que o Município de Maputo trabalha em cooperação com a Polícia da República de Moçambique para neutralizar os malfeitores que vandalizam e profanam os jazigos. No mês passado, segundo a fonte, foram julgadas duas pessoas, confessas, e que indicaram os locais onde vendiam o material roubado.

 

KATEMBE SEM MORGUE DESDE FINAIS DE 2021

Os munícipes do Distrito Municipal KaTembe estão, desde finais do ano passado, sem uma morgue para conservação dos corpos dos seus entes queridos, devido à vandalização do sistema eléctrico e das câmaras de conservação dos corpos. O Município de Maputo diz que os trabalhos para a sua reposição já estão na fase final.

“O Município [de Maputo] já fez a revisão e já montou todo o sistema eléctrico e as novas câmaras de conservação dos corpos, e os técnicos estão a fazer os últimos acertos de ligação, testagem e cremos que, nas próximas semanas, a morgue esteja a funcionar em pleno”, referiu a fonte.

Sem a morgue, os munícipes de KaTembe conservam os corpos dos entes queridos nas morgues do Hospital Geral José Macamo, de Bela Vista, ou são obrigados a realizar os enterros no mesmo dia da morte.

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