Quarenta e três mil pessoas afectadas pelas mudanças climáticas, na zona costeira do Grande Maputo, vão beneficiar-se de um projecto de resiliência, lançado hoje e com duração de cinco anos. Segundo o Ministério de Terra e Ambiente (MTA), a iniciativa está orçada em seis milhões de dólares.
As zonas costeiras do Grande Maputo são vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas, dos quais causados pelo Homem.
O projecto, ora lançado, será implementado obedecendo a três pilares, nomeadamente a capacitação institucional, a consciencialização pública sobre matérias de resiliência e, por último, a execução das soluções.
Concretamente, estas acções vão abranger a Cidade de Maputo, da Matola, distritos de Boane e Marracuene e Matutuine.
Guilhermina Amurane, directora nacional de Terra e Ambiente, afirmou que, além das áreas mencionadas, o projecto poderá abranger outras zonas potencialmente vulneráveis a problemas ambientais.
“Estamos a ver outras áreas ribeirinhas que podem ser abrangidas pelo projecto. A ideia é capitalizar as iniciativas locais, para garantir a sustentabilidades das comunidades e do ecossistema”, disse Guilhermina Amurane.
A directora nacional de Terra e Ambiente disse ainda que um dos propósitos do projecto é o replantio dos mangais, porquanto esta biodiversidade tem sido severamente assolada pela destruição.
Amurane afirmou que a iniciativa vai também privilegiar implementação de soluções do uso sustentável dos mangais, o que passa por introduzir novas fontes de rendimento das comunidades, uma vez que abatem este ecossistema para a sua sobrevivência.
Segundo o inspetor-geral do Ministério de Terra e Ambiente, Wetela Jone, a iniciativa vai contribuir para a operacionalização das estratégias nacionais de adaptação e mitigação das mudanças climáticas.
“O projecto que hoje lançamos tem o potencial de servir de base de aprendizagem para o país, nesta nova abordagem de adaptação climática e redução de riscos associados”, afirmou Wetela Jone.
O representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Francisco Roquette, entende que a adaptação e resiliência nas zonas costeiras só será possível conhecendo as preocupações das comunidades.
O projecto, que tem duração de cinco anos, chama-se “Construindo resiliência na zona costeira, através de abordagens de adaptação baseadas em ecossistemas na região do Grande Maputo”.