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Funcionários do Hospital Central de Quelimane  sem subsídios de diuturnidade há um ano 

Foto: O País

Funcionários do Hospital Central de Quelimane prometem paralisar as actividades, trabalhando horas normais das sete às 15 horas. Isso significa que, por exemplo, as enfermarias poderão estar abandonadas e doentes internados entregues à sua sorte. 

A situação está a criar mau ambiente no seio do Hospital Central de Quelimane. 327 funcionários, dentre agentes de serviço, enfermeiros e outros técnicos, estão, desde o mês de Outubro de 2022, sem subsídios de diuturnidade. O facto ocorre desde a implantação da Tabela Salarial Única (TSU). A direcção da maior unidade sanitária da província da Zambézia precisa de cerca de três milhões e meio de Meticais para pagar aos funcionários. 

Os mesmos prometem paralisar as suas actividades, trabalhando horas normais das sete às 15 horas. Isso significa que, por exemplo, as enfermarias poderão estar abandonadas e doentes internados entregues à sua sorte. 

Elsa Fernando, Chefe de Departamento de Recursos Humanos do HCQ, reconhece a reivindicação dos funcionários e afirma que tudo começou no contexto da implementação da Tabela Salarial Única. Do lado do hospital, constatou-se que os valores já estavam no sistema, observados todos os campos para o pagamento, mas depois o processo não avançou. 

“A preocupação dos funcionários é legítima; desde a implementação da nova Tabela Salarial Única até a esta parte, a funcionalidade no sistema de salário, foi retirado o subsídio de turno. De lá para cá, temos vindo a ter vários encontros com a Direcção Provincial da Economia e Finanças para se efectuar pagamento na folha paralela. Sobre o assunto, tivemos resposta favorável”, disse a chefe dos Recursos Humanos, adiantando que “fizemos as folhas paralelas e o dinheiro foi desembolsado na segunda semana de Dezembro. Iniciámos com os pagamentos de todos os funcionários, mas, após o lançamento nas planilhas da contabilidade, o sistema remeteu-nos à quota financeira, que é o último passo para que o processo finalize e o valor caía na conta dos funcionários. Até este passo já foi feito, sendo que estamos a aguardar a libertação”, disse Elsa Fernando. 

Na manhã desta terça-feira, a direcção do hospital central esteve reunida com o sector da economia e finanças da província da Zambézia para se ultrapassar o assunto, mas não houve sucesso. 

Quanto à alegada indicação de que não há dinheiro para pagar àqueles funcionários, a chefe dos Recursos Humanos tem consciência do impacto que a paralisação de actividade dos funcionários pode causar ao hospital e espera uma solução que não prejudique os utentes.

“Neste momento, já estamos a imaginar o que significa uma greve e para não chegarmos até lá, estamos a ter vários encontros com os funcionários. Estamos a pensar em rentabilizar todos aqueles que fazem o período laboral normal para fazerem também a cobertura nocturna na ausência de alguns colegas”, disse Elsa Fernando, referindo ainda que, na semana passada, estiveram nas finanças.

“Já tínhamos fizemos todos os processos, mas sem resposta para animar os funcionários que até já tínhamos dado garantia de pagamento”, lamentou a responsável.

No entanto, além da falta de subsídios de turnidade, há funcionários dentro do Hospital Central de Quelimane que não tiveram salário  do mês de Dezembro.

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