Assinala-se a 8 de Setembro, o Dia Internacional de Alfabetização. Por ocasião da data, a Directora-Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Audrey Azoula, escreveu uma mensagem na qual lembra uma frase do século XIX de Frederick Douglas, um escravo negro americano, que dizia: “Depois de aprender a ler, você estará sempre livre”.
Azoula descreve a alfabetização como o primeiro passo para a liberdade, para a libertação das restrições sociais e económicas. “É o pré-requisito para o desenvolvimento, individual e colectivo. Reduz a pobreza e a desigualdade, cria riqueza e ajuda a erradicar problemas de nutrição e saúde pública”, lê-se na mensagem.
A Directora-Geral da UNESCO lembra ainda que, nos últimos tempos, um progresso considerável foi alcançado em todas as regiões do mundo, e milhões de homens e mulheres foram retirados da ignorância e dependência através de um amplo movimento de alfabetização e da democratização do acesso à educação. No entanto, acrescenta que a perspectiva de um mundo em que cada indivíduo tenha conhecimento fundamental permanece um ideal.
“Hoje, em todo o mundo, mais de 260 milhões de crianças e adolescentes não estão matriculados na escola; seis em cada dez crianças e adolescentes – cerca de 617 milhões – não adquirem as competências mínimas em literacia e numeracia; 750 milhões de jovens e adultos ainda não sabem ler e escrever – e entre eles, dois terços são mulheres. Essas deficiências seriamente debilitantes levam a uma exclusão de facto da sociedade e perpetuam a espiral de desigualdades sociais e de género”, lamenta na mensagem.
Face à evolução tecnológica, Azoula refere que para conseguir um emprego e responder aos desafios sociais, económicos e ambientais, as habilidades tradicionais de literacia e numeracia não são mais suficientes; novas habilidades são necessárias, incluindo em tecnologia de informação e comunicação, estão se tornando cada vez mais necessárias.
“Preparar jovens e adultos para empregos, a maioria dos quais ainda não inventados, é um desafio. O acesso à aprendizagem ao longo da vida, aproveitando as vias entre diferentes formas de formação e beneficiando de maiores oportunidades de mobilidade tornou-se assim indispensável”.
Este ano, o Dia Internacional da Alfabetização é celebrado sob o lema "Alfabetização e desenvolvimento de habilidades", que está focado nessa abordagem em evolução para a educação.
A UNESCO refere estar activamente engajada na redefinição de políticas de alfabetização e incentiva práticas educacionais inovadoras. Por outro lado, apoia várias formas de cooperação entre os sectores público e privado, uma vez que somente uma compreensão abrangente da causa educacional pode permitir uma resposta adequada às necessidades de um mundo que parece se reinventar a cada dia.
Audrey Azoula exorta a todas as partes interessadas no mundo da educação e não só a mobilizar-se para que o ideal de uma sociedade global totalmente alfabetizada se torne uma realidade.