O presidente francês deu uma entrevista de quase três horas a uma televisão francesa, depois dos bombardeamentos coordenados entre Paris, Londres e Washington na Síria, na madrugada do último sábado.
Citado pelo Euronews, Emmanuel Macron defendeu a legitimidade da operação, que teve lugar depois do alegado ataque com recurso a armas químicas que terá sido levado a cabo pelas forças do presidente sírio, Bashar al-Assad.
"Atingimos, de forma extremamente precisa, zonas onde se produziam armas químicas, que são proibidas pelo Direito Internacional. E não houve qualquer dano colateral em relação aos russos," disse Emmanuel Macron."
O presidente francês disse também que tinha convencido o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, da importância de manter tropas na Síria e de que os ataques deveriam ser limitados:
"Há 10 dias, o presidente Trump dizia que os Estados Unidos deveriam deixar o terreno na Síria. Mas convencêmo-lo de que era melhor permanecer no terreno. E fomos capazes de convencê-lo de que era importante limitar os bombardeamentos aos locais onde se produzem armas químicas."
Horas depois da entrevista, Casa Branca frisou que Donald Trump mantinha a intenção de ordenar o regresso das tropas norte-americanas a casa o mais depressa possível.
O Reino Unido, França e os Estados Unidos lançaram, no sábado, mais de 100 mísseis sobre zonas do território sírio controlado por Bashar al-Assad, alegando tratar-se de infraestruturas destinadas à produção de armas químicas.
O ataque foi duramente criticado pelas potências regionais, como a Federação Russa e a China. Vladimir Putin, presidente russo, disse que a iniciativa poderia ter "graves consequências."
A bombardeamento foi também alvo de protestos em várias cidades europeias, de Londres a Atenas. Tanto no Reino Unido como em França, a oposição criticou o Governo.
Chegaram também críticas do Irão. O líder supremo da República Islâmica, o ayatollah Ali Khamenei falou num ataque "criminoso."