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Macome: renovar, mas sempre com o título no horizonte

O treinador da equipa sénior masculino de basquetebol do Ferroviário de Maputo, Milagre “Mila” Macome, diz estar em fase de renovação do conjunto “locomotiva” que perdeu sete jogadores na última temporada. Macome refere, ainda, que, mesmo com a razia, o Ferroviário de Maputo ambiciona sempre conquistar todas as competições em que está envolvido.

Vencer o Torneio Nutrição era objectivo, mas perder a final diante do Costa do Sol não significa, nem tão pouco, o fim da estação para uma “locomotiva” que, a uma velocidade impressionante, simplesmente tirou tudo e todos do seu caminho com três campeonatos nacionais ganhos nos últimos quatro anos.

Aliás, desde a chegada de Milagre “Mila” Macome, em 2016, o Ferroviário de Maputo não só recuperou o título que não conquistava havia cinco anos (2011, quando Ermelindo “Mindo” Novela foi considerado MVP da prova) como também se manteve no olimpo da modalidade da bola ao cesto.

Mais: os “locomotivas” assumiram-se como “donos do basquetebol” na capital do país, conquistando quase todas as provas internas.

Foram travados, é verdade, pela A Politécnica em duas ocasiões. Primeiro, a 24 de Abril de 2018, quando perderam na final da Taça Maputo, por 75-62, no pavilhão do Desportivo.

Paredes-meias com o pavilhão do Desportivo, a “catedral” do basquetebol moçambicano, o pavilhão do Maxaquene, testemunhou a 21 de Junho mais uma derrota do Ferroviário de Maputo.

Foi, precisamente, numa final diante do conjunto de José “Matilo” Macuácua. A Politécnica conquistou, na altura e pela primeira vez na sua história, o Campeonato da Cidade de basquetebol, ao derrotar o Ferroviário de Maputo (56-55) no jogo 4 dos “play-offs” da final, fazendo, desta forma, o 3-1 na série a melhor de cinco jogos.

Depois desta, vestiu-se o fato-macaco e veio ao de cima o poderio da equipa com a conquista, em Setembro, da Liga Moçambicana de Basquetebol Mozal. Este foi o último título da equipa verde-e-branca, até porque as provas viriam a ser interrompidas em 2020 por conta da COVID-19.

Este ano, o Ferroviário de Maputo perdeu sete atletas, mas, ainda assim, fez uma excelente campanha na Liga Africana de Basquetebol, ocupando a quinta posição com o reforço de quatro “estrangeiros”, tal como recomenda (-va) a organização.

Mas, nem por isso, nas avenidas Alberto Lithuli e 25 de Setembro (onde se encontra a sede social do Clube Ferroviário de Maputo) se deixou de olhar para uma estrutura que, internamente, deve ser reforçada. “Claramente, estamos a renovar. Nós temos enquadrados, na estrutura, três jogadores novos dos juniores. Estamos a fazer um novo projecto, entre aspas”, explicou Milagre “Mila” Macome, no final do jogo do passado sábado diante do Costa do Sol.

Segundo Macome, o projecto passa por manter a hegemonia dentro da esfera nacional e atacar África. Mas, primeiro, é cerrar os dentes e acelerar os processos para que, nas competições com elevado nível de exigência, a prestação não deixe a desejar.

“Mas, estando numa equipa como o Ferroviário de Maputo, claramente que os objectivos passam por nós ocuparmos os lugares cimeiros. Contudo, estamos num processo”, acresceu.

“Vamos encarar o Torneio de Apuramento com naturalidade. Vamos, jogo a jogo, fazer o nosso papel. Não estamos pressionados. Não queremos ganhar a todo o custo. Queremos trabalhar com os pés bem assentes no chão e tentarmos fazer o nosso melhor”. Finalizou o “coach” com a seguinte convicção: “Estamos a montar uma estrutura que achamos que, nas próximas competições, aquelas que definem alguma coisa, poderemos ter uma palavra a dizer”.

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