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Machava ou Tchumene: onde haverá festa de campeão?

Fotos: Black Bulls/UD Songo

União Desportiva do Songo ou Black Bulls: quem será o campeão nacional? Esta é uma pergunta que só terá resposta ao fim dos 90 minutos, depois de terminarem os jogos da última jornada do Moçambola. Uma jornada que também vai ditar quem acompanha o Matchedje de Mocuba e a Liga Desportiva de Maputo na segunda divisão.

Fim do Moçambola 2022 e, com ele, o campeão nacional. Um campeão que foi arrastado até à última jornada, já que ainda não se sabe quem vai carregar o canecão.

União Desportiva do Songo, líder com 47 pontos, e Black Bulls, segundo classificado com 46 pontos e menos um jogo (que falta homologar, diante do Ferroviário de Nampula) são os únicos que levam a decisão até ao apito final.

 

“HIDROELÉCTRICOS” QUEREM FESTEJAR NA MACHAVA

A líder da prova, União Desportiva do Songo, tem deslocação difícil ao Estádio da Machava, para defrontar o Ferroviário de Maputo, curiosamente, seu próximo adversário, quarta-feira, para as meias-finais da Taça de Moçambique.

Os “hidroeléctricos” vão a um terreno onde dificilmente vencem, mas também pouco perdem. No Estádio da Machava, as duas equipas já se defrontaram por 11 vezes, com a turma de Songo a vencer dois jogos (2-3 em 2014 e 0-1 em 2013) e a somar cinco empates (2-2 em 2010 e 2016, 0-0 em 2012, 2017 e 2021), além de quatro derrotas, sendo a mais pesada contraída em 2015 e 2019, respectivamente por 3-1.

Duas equipas que se defrontaram apenas uma vez na última jornada, em 2019, já com o título entregue ao Costa do Sol, que tinha seis pontos de vantagem em relação aos “hidroeléctricos” e o resultado já a não contar.

Desta vez, será a doer para a turma de Songo, que precisa de vencer para se sagrar campeão nacional pela terceira vez, sem depender de quem quer que seja. Ou seja, qualquer resultado que alcançar na Machava terá que ser alcançado pela Black Bulls em Tchumene para se sagrar campeão.

Mas terá um Ferroviário de Maputo ferido no seu orgulho, depois da derrota na primeira mão, em Songo, por uma bola sem resposta. Aos “locomotivas”, o jogo serve somente para conhecer melhor o seu adversário, que vai defrontar, quarta-feira, nas meias-finais da Taça de Moçambique, uma vez que nada mudará na tabela classificativa.

O fim do jogo ditará se haverá lágrimas de felicidade ou de tristeza nas hostes dos jogadores, equipa técnica, direcção e adeptos da União Desportiva do Songo.

 

BLACK BULLS DE OUVIDOS POSTOS NA MACHAVA

Já a Black Bulls, que ontem comemorou cinco anos de existência, procura estender a festa de aniversário com a conquista do título. Um título que não depende somente de si, uma vez que tem menos um ponto que a União Desportiva do Songo (antes da homologação do jogo), mas também tem desvantagem no confronto directo com os “hidroeléctricos”, caso terminem igualados em pontos na tabela classificativa.

Na primeira volta, os “touros” venceram no Matchiki Tchiki a tangente e querem repetir a proeza, tal como fizeram ano passado, quando praticamente asseguraram o título depois de vitória tangencial sobre os “canarinhos”.

Até porque o Costa do Sol não está no seu melhor momento, tendo somado por derrotas as últimas partidas para o Moçambola, descendo da terceira para a actual sexta posição que ocupa. Por isso mais possibilidade de voltar a vergar, mesmo depois da promessa de Jossias Macamo, treinador, de não terminar a época com o pior registo na história da colectividade.

A Black Bulls é, forçosamente, obrigada a vencer e esperar por uma derrota da União Desportiva do Songo para sonhar com o título, que pode não ser entregue logo, caso o Conselho de Disciplina não tenha homologado o resultado do jogo até ao fim da partida de domingo.

Um empate ou derrota entrega o troféu de bandeja à União Desportiva do Songo.

Este seria o segundo título consecutivo aos “touros” depois de terem levantado o troféu ano passado, no seu primeiro ano no Moçambola.

Mas há que realçar a boa recuperação da Black Bulls na tabela classificativa, uma vez que já esteve a nove pontos da União Desportiva do Songo, depois da 5ª jornada, e 11 pontos depois da 12ª jornada, o máximo da diferença pontual que já houve.

Uma derrota em Nacala e outra em Quelimane, da União Desportiva do Songo, foram suficientes para que os “touros” voltassem à disputa do título, que acabaram por entrar definitivamente quando os “hidroeléctricos” empataram com o Ferroviário da Beira, no Chiveve, e com o Incomáti de Xinavane, na última jornada, que reduziram a diferença pontual para apenas um ponto.

Por isso, a conquista do título pelos “touros” pode ser resultado da sua persistência e resiliência, adicionada à perda de intensidade e foco dos “hidroeléctricos”.

Só no fim dos 90 minutos, no Estádio da Machava e no Complexo Desportivo de Tchumene, ficaremos a saber quem vai sorrir e quem vai chorar.

 

“HIDROCARBONETOS” E “AÇUCAREIROS”: QUEM DESCE?

Duas equipas já foram despromovidas e falta conhecer a terceira equipa. Associação Desportiva de Vilankulo, que recebe o já despromovido Matchedje de Mocuba, e Incomáti de Xinavane, que recebe o Ferroviário da Beira, concorrem para essa vaga.

Mais dificuldades vai enfrentar o Incomáti diante dos “locomotivas” do Chiveve, olhando para a qualidade dos jogadores e objectivos iniciais, relativamente à turma de Vilankulo, que diante do Matchedje de Mocuba tem todas possibilidades de se manter na prova.

Aliás, enquanto os “açucareiros” precisam, obrigatoriamente de vencer e esperar pelo desaire dos “hidrocarbonetos”, do contrário basta apenas um empate para a turma de Artur Comboio manter-se na prova máxima do futebol moçambicano, bastando para tal que o Incomáti não vença no seu jogo.

Até porque em caso de empate da Associação Desportiva do Songo e vitória do Incomáti de Xinavane, as duas equipas terminam com 24 pontos, mas com vantagem para a turma do canavial no confronto directo, já que venceu em casa e empatou no Alto Macassa.

As outras partidas não mudam história nenhuma na tabela classificativa, com a despromovida Liga desportiva de Maputo à procura de fechar a edição com vitória diante do Ferroviário de Nampula e esperar pela derrota do Matchedje de Mocuba para evitar terminar em último.

Já Ferroviário de Lichinga recebe o seu homónimo com o 7º lugar em jogo, uma vez que estão separadas por apenas um ponto, com vantagem para a turma de Nacala.

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