O valor compara com o lucro de 49 milhões de euros registados no primeiro trimestre de 2021. Resultado em Portugal mais do que duplicou. Em Moçambique, o BCI aumentou o contributo para o resultado consolidado, de sete milhões para 11 milhões de euros.
O BPI registou um lucro de 85 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, o que representa uma subida de 75% face ao período homólogo. “São bons resultados que mostram que o BPI está preparado”, sublinhou o presidente-executivo, João Pedro Oliveira e Costa, na apresentação de resultados da instituição financeira, citado pelo Jornal de Negócios.
Em Portugal, o resultado disparou 164%, subindo de 28 para 73 milhões de euros. A actividade doméstica foi fortemente beneficiada pela evolução do produto bancário comercial que cresceu 50% para 284 milhões de euros, incluindo um aumento da margem financeira de 82%, que resultou num encaixe de 206 milhões de euros.
O angolano BFA contribuiu com apenas um milhão de euros face aos 14 milhões verificados há um ano. Em Moçambique, a evolução foi em sentido contrário: o BCI aumentou o contributo para o resultado consolidado, de sete milhões para 11 milhões de euros.
A margem financeira aumentou 82%, impulsionada pela subida das taxas de juro, atingindo 206 milhões de euros. As comissões líquidas renderam 73 milhões de euros, mais 3% do que entre Janeiro e Março de 2022. A carteira de crédito aumentou 4%, para 29,2 mil milhões de euros.
O volume de empréstimos no crédito à habitação cresceu 6% para 14,3 mil milhões de euros, evolução que o banco não previa: “Estamos surpreendidos com a contratação de crédito à habitação”, disse o CEO, enfatizando que “estamos a contratar aos mesmos níveis de 2019”.
O BPI renegociou 1900 contratos de crédito à habitação desde a entrada em vigor do decreto-lei do Governo que estabeleceu novas regras. O presidente-executivo do banco realça, no entanto, que o ritmo de pedidos de análise por parte de clientes tem vindo a diminuir: “No início, eram 700 pedidos por semana, agora temos 100”, afirmou.
A solução proposta pelo banco para a vasta maioria (1800 dos 1900 contratos renegociados) foi a carência de capital: “durante um ano, só pagam juros”, afirmou o administrador Francisco Matos.
Os créditos renegociados representam, em valor, 1,7% do total da carteira de crédito à habitação de 14,3 mil milhões de euros.
João Pedro Oliveira e Costa afirmou ainda que a procura por crédito à habitação tem aumentado. “Mais de 50% da contratação é feita à taxa fixa, enquanto antes era 30%.”
O crédito ao consumo decresceu 2%. O crédito às empresas cresceu 1% para 10,9 mil milhões de euros.
A carteira de depósitos, por seu lado, sofreu uma diminuição de 4% face ao primeiro trimestre de 2021, de 29,7 mil milhões de euros para 28,4 mil milhões de euros.
NOVA SUBIDA DO RESULTADO
No primeiro trimestre de 2022, o BPI tinha registado um lucro de 49 milhões de euros, resultado que representava uma queda de 18% face aos 60 milhões obtidos entre Janeiro e Março de 2021.
Em Portugal, a instituição financeira detida pelo grupo espanhol Caixabank obteve 28 milhões de euros.
No ano de 2022, o BPI registou um lucro de 365 milhões de euros, melhorando em 19% o resultado do ano anterior. Na actividade em Portugal nesse ano, o banco liderado por João Pedro Oliveira e Costa obteve 235 milhões, mais 31% do que em 2021. O angolano BFA contribuiu com 96 milhões (menos 9% do que em 2021) e a contribuição do moçambicano BCI cresceu para o dobro, com 34 milhões de euros.