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“Lixeiras informais” em Maputo preocupam residentes do bairro Ferroviário

Duas lixeiras informais, no bairro Ferroviário, na Cidade de Maputo, ameaçam a saúde dos residentes à volta. Os moradores queixam-se de frequentes fumaças e proliferação de insectos que, por vezes, os obrigam a permanecer dentro de casa.

Do outro lado da linha férrea, no bairro Ferroviário, na Cidade de Maputo, a passagem do comboio revela um cenário que, há mais de dois anos, segundo contam, preocupa os residentes: lixo espalhado pelo chão.

No referido lugar, existe um contentor, que parece não satisfazer a crescente procura. Outro factor negativo é a pouca frequência dos serviços municipais de recolha de resíduos sólidos, segundo denunciam os moradores.

Uma situação de saúde pública, “porque as crianças estão sempre aqui, à procura de objectos, e levam-nos para casa. Correm o risco de contrair doenças e ser cortadas…”, disse Ecita António, residente no bairro.

Já para os mais velhos, os resíduos são uma oportunidade de negócios, sobretudo pela existência, bem ao lado do local problemático, de um centro de reciclagem.

A situação é antiga e foi criada pelos próprios moradores, que, na tentativa de tapar uma cova que havia no local, foram amontoando o lixo.

“Por vezes, demoram a tirar o lixo, o que agrava o problema. Estamos preocupados, porque o lixo tem aumentado”, disse Mário Ngomane, também residente no bairro.

No mesmo bairro, no quarteirão 52, existe outra lixeira informal, criada pelos próprios residentes, para tapar uma cova de mais de 50 metros de profundidade, originada pelas águas das cheias do ano 2000. O local tornou-se até um ponto de referência no bairro. Chamam-no “Mugodwine”.

Os moradores daquele quarteirão contam que a situação tem dificultado actividades cotidianas.

“Há muito fumo aqui. Quando volto do serviço, eu vou varrer, afastar o lixo. Estou mal,  muito mal”, queixou-se Emma Casenga.

Uma outra moradora contou que, naquele quarteirão, se lava a roupa só quando a fumaça permite.

“Quando incendeiam o lixo, não dá para lavar e nem ficar fora. Há casos de fetos jogados nesta cova e gente que vai lá ao fundo para fumar e drogar-se”, acrescentou.

Agastados, os moradores clamam pela intervenção do Conselho Municipal de Maputo. Contactámos a edilidade, mas o responsável do gabinete de comunicação disse não poder falar no momento e, até ao fecho desta matéria, ainda não havia retornado.

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