Virar em casa do Liverpool uma desvantagem de 1-3 na eliminatória é pouco mais do que um sonho para a equipa do Benfica, mas é um sonho possível de concretizar.
Pelo menos é nisso que os jogadores encarnados acreditam e foi com essa determinação e entusiasmo que foi preparada esta segunda mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões, que será jogada esta quarta-feira, em Inglaterra.
O plantel encarnado treinou, esta terça-feira, no Seixal, antes da partida para Londres, com o treinador Nélson Veríssimo a fazer, depois do almoço, a antevisão da partida, levando na bagagem muita ilusão.
Há consciência da enorme qualidade deste rival, liderado pelo treinador alemão Jurgen Klopp, como há também pragmatismo às dificuldades que resultam do 1-3 do jogo da primeira mão, na Luz. Existe, ainda, na comitiva das águias, bons sentimentos.
Apesar do Liverpool ter marcado o 3-1 final depois do intervalo, a verdade é que os benfiquistas conseguiram criar perigo na segunda parte do jogo, estiveram perto de empatar e deixaram no ar alguma sensação de equilíbrio. Uma ideia a que o plantel do Benfica se agarra, agora, para tentar dar corpo ao sonho que levará para o relvado do estádio Anfield.
O Liverpool esteve, a espaços, no seu melhor, implacável e devastador. O cabeceamento de Ibrahima Konaté – o seu primeiro golo pelo clube – colocou a formação inglesa no caminho certo, com Sadio Mané a fazer o 2-0 depois de uma assistência primorosa de Luis Díaz. Embora Darwin Núñez tenha aproveitado para reduzir no segundo tempo, Luis Díaz finalizou com calma perto do fim para colocar o conjunto da Premier League no comando da eliminatória.
O Benfica mostrou do que era capaz na segunda parte da primeira mão frente ao Liverpool, mas acabou por ser destroçado pelo terceiro golo dos Reds, apontado pelo seu bem conhecido Luis Díaz.
Negar ao Liverpool um lugar nas meias-finais parece ser uma tarefa difícil para Nélson Veríssimo e os seus pupilos, mas, com Darwin Núñez em alta, as Águias têm de ser levadas a sério. Como inspiração, os jogadores do Benfica podem recordar o que aconteceu em 2005/06, quando deu sequência ao triunfo por 1-0 em casa, na primeira mão dos oitavos-de-final contra os Reds, com uma memorável vitória por 2-0 em Anfield.
LIVERPOOL NA MÁXIMA FORÇA PARA JOGO “SUPER IMPORTANTE” COM O BENFICA
Jurgen Klopp revelou ter todo o plantel disponível para o encontro com o Benfica, naquela que será uma das partidas mais importantes da época do Liverpool.
“O nosso próximo jogo (contra o Manchester City, para a Taça de Inglaterra) não terá qualquer influência no onze que vamos apresentar amanhã (quarta-feira) frente ao Benfica. Temos um calendário muito intenso e, segundo sei, não temos ninguém lesionado. Ainda assim, temos de olhar para os jogadores que estão mais frescos. Este é um jogo “super” importante para nós, queremos chegar às meias-finais”, disse o treinador alemão na antevisão ao jogo da segunda mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões.
“Agora estou apenas concentrado no jogo com o Benfica, não penso em mais nada. No ano passado tentámos e agora podemos chegar às meias-finais da Champions, o que é incrível. Este é um jogo que significa muito para nós”, insistiu.
INTERNACIONAL PORTUGUÊS FALHA SESSÃO ANTES DE VIAGEM PARA LIVERPOOL
Rafa Silva está ausente do treino do Benfica. O internacional português e Tomás Araújo, o central esteve na convocatória do último jogo, não estão às ordens de Nélson Veríssimo, na sessão que decorreu no Seixal, antes da viagem para Liverpool.
O camisola 27 dos encarnados sentiu um desconforto e a equipa clínica tenta perceber o que é. Já Tomás Araújo estará presente no jogo da Youth League com o Sporting, nesta quarta-feira, e que vale presença na final four da prova.
Nesse sentido, o também central Pedro Álvaro está a treinar com a equipa principal.
O jogo entre Liverpool e Benfica é esta quarta-feira, às 21h00 de Maputo, em Anfield. Os encarnados têm uma desvantagem de 3-1.
REINILDO MANDAVA PARA TRAVAR CITY… MAIS UMA VEZ
Se na primeira mão as investidas do Manchester City pelo corredor direito do seu ataque encontraram uma boa reacção do internacional moçambicano, Reinildo Mandava, que não permitiu incursões e penetrações, nesta segunda mão, em Madrid, há mais expectativas no moçambicano.
O estatuto de melhor recuperador de bolas da presente temporada da Liga dos Campeões (conta com 67 roubos de bola, contra 59 de Éder Militão e 57 de Raúl Albiol e Otamendi, respectivamente) faz de Reinildo Mandava um defesa temido por muitos atacantes e, frente aos Citizens não será diferente.
Entretanto, sabe-se que não será fácil, até porque na primeira mão aconteceu o que muitos estavam à espera. O City dominou a posse de bola (68 por cento) e o Atlético fez o que faz melhor: apresentou-se compacto, organizado e resistente. A equipa de Diego Simeone teve sucesso nessa missão durante grande parte do jogo, mas depois Phil Foden saiu do banco de suplentes e causou impacto imediato, assistindo Kevin De Bruyne para uma excelente finalização que decidiu o jogo.
Um resultado que merece várias interpretações de vários intervenientes do futebol. “1-0 aqui não é assim tão mau”, disse o antigo defesa do Atlético, Stefan Savić. “Quando os defrontarmos em Madrid, vai ser muito diferente”, acrescentou.
São palavras desafiadoras, mas ultimamente a equipa de Diego Simeone nem sempre teve os seus melhores resultados no Estádio Metropolitano. O Atlético não ganhou nenhum dos últimos seis jogos em casa na Liga dos Campeões (quatro empates e duas derrotas) e Josep Guardiola avisou que não iria a Madrid para defender: “Vamos lá para marcar e tentar vencer novamente”.
Os dois jogos têm o seu início aprazado para 21h00 de Maputo.