Os Presidentes do Gana, Gabão e Suíça defendem maior cooperação internacional no combate aos grupos terroristas e consideram que os membros dessas células aproveitam-se de Estados africanos com défice de recursos.
Na sessão sobre o terrorismo, dirigida, esta terça-feira, pelo Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, o Chefe do Estado ganês defendeu ser urgente encontrar uma resposta colectiva ao mal.
“É necessário uma aliança em todos os níveis, desde a escala local, regional, até global, com o apoio das Nações Unidas. O combate ao terrorismo não só requer uma cooperação regional, como também a união de todos os países. Eu digo isso por causa de dois aspectos: primeiro, porque, a rede do terrorismo e do extremismo violento precisa de uma resposta robusta e colectiva”, reiterou o presidente do Gana, Nana Akufo-Addo.
Em particular, Akufo-Addo, observou que no Sahel, grupos afiliados ao Estado islâmico estão a aumentar a sua presença, enquanto na Somália, os Shabab estão sob pressão, mas não derrotados. Referiu, também, a situação em Cabo Delgado, Moçambique, e no leste da República Democrática do Congo (RDC), onde as Forças Democráticas Aliadas (FAD) filiadas ao Estado Islâmico, continuam a desestabilizar a população.
Na busca de soluções para fazer face ao mal, a vice-presidente do Gabão apelou ao corte das fontes de financiamento aos grupos terroristas e instou a ONU a apoiar as operações da União Africana.
Raponda acrescentou que os governos estão sob pressão crescente das suas populações devido à insegurança e que a guerra contra o terrorismo desafia os Estados com recursos limitados.
“É necessário acabar com as redes de financiamento ao terrorismo, através da sofisticação e consolidação das matérias de informação monetária e combate cerrado às plataformas ilícitas da exploração dos recursos naturais. É urgente que envidemos esforços de luta, aumentando a acção para actuar e reforçar prontamente as iniciativas de financiamento de apoio à paz, em particular no continente africano”, avançou Rose Christiane Raponda, vice-Presidente do Gabão.
Quem também não se ficou indiferente à necessidade de eliminar o terrorismo é o Presidente da Confederação Suíça, tendo alertado sobre a ameaça que o mal representa e as suas constantes mutações.
Alain Berset apelou, ainda, ao pleno respeito pelo direito internacional, em particular o direito humanitário internacional, o direito dos direitos humanos e o direito dos refugiados.
“O terrorismo e o extremismo violento encontram terreno fértil para se propagarem nos conflitos actuais e em todos os tipos de instabilidades. É demasiado fácil para os grupos terroristas recrutarem membros, espalharem o discurso do ódio e incitarem à violência. Constatamos, ainda, que há um risco de existir em todo o lugar, mas há tendência de se manifestar, com maior incidência, no continente africano”, disse Alain Berset, Presidente da Confederação Suíça.
Os três chefes de Estado falavam numa sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a convite de Filipe Nyusi.