Circular pelas avenidas da cidade de Lichinga, capital da província de Niassa, não é tarefa fácil para muitos automobilistas, até mesmo para os peões. São buracos e mais buracos. Os munícipes de Lichinga estão indignados com as condições das estradas e exigem intervenção do município.
Seja no centro ou arredores da cidade, a situação é a mesma. Um verdadeiro desgaste para os munícipes desta cidade. Mesmo em dias de chuva ou não, as condições são as mesmas: reduzir a velocidade para não danificar as viaturas tem sido a solução. O cenário é crítico e desgastante para os munícipes.
Os buracos se afiguram tanto nas estradas, que o cenário se confunde com o contrário e leva a questionar: buracos nas estradas ou estradas em buracos. A voz dos residentes locais clama já há muitos anos.
‘’Eu sou taxista e o que vivemos aqui não é novidade. Essa cidade nunca foi diferente do que se vê hoje. Buracos nas estradas, todas mesmo, pior ainda quando chove. Não sabemos o que se passa com essa cidade. Talvez tenha sido esquecida’’, contestou Adsa Ayad, taxista.
As vozes não se calam, porque o problema afecta a todos. A pé ou de carro, o problema reflecte-se, quer seja para esquivar os buracos saltando, quer seja para desviar o carro ao ritmo do malabarismo que as covas obrigam a dar.
‘’Será que temos presidente do município aqui em Lichinga? Depois vão pedir para irmos votar, com que vontade faremos isso, se essa cidade parece não ter governantes’’, questionou o automobilista Mussa Agibo.
A indignação é tanta, que alguns munícipes chegam a dizer que a cidade de Lichinga está entregue à Deus dará. É essa a indignação de Lucas Paulo, munícipe residente naquela cidade há 5 anos.
‘’Será que estamos a ser governados aqui ou só é uma terra esquecida. Existem municípios com condições melhores que aqui. Não quero desmerecer o trabalho de ninguém, mas aqueles senhores que estão lá no município acordam e dizem que vão trabalhar, fazem o quê?’’ Questionou.
Mesmo em frente à edilidade os buracos estão lá presentes, é uma realidade que passa despercebida ou é ignorada pelas autoridades locais. Reagindo ao problema, o representante do presidente do Conselho Municipal de Lichinga, Pios Obselo, disse que a edilidade reconhece o problema e diz que é um grande desafio.
‘’Essa situação vem desde há muitos anos, por isso que representa um grande desafio para a edilidade. Por exemplo, maior parte das ruas, o asfalto é dos anos 60 e com o andar do tempo a indústria automóvel foi crescendo’’, justificou.
A cidade de Lichinga tem uma área de 290 km², com uma população global de 141.724 habitantes, distribuídos em 4 postos administrativos e estruturados em 15 bairros.
O lado histórico da antiga Vila Cabral
A cidade de Lichinga tem uma área de 290 km², com uma população global de 141.724 habitantes, distribuídos em quatro postos administrativos e estruturados em 15 bairros comunais. Em termos de limites, a cidade de Lichinga é contornada totalmente pelo distrito de Lichinga, designadamente: a norte pela localidade de Lussanhando, a este pelos Postos Administrativos de Lione e Meponda, a Sul e a Este pelo Posto Administrativo de Chimbonila. Esta cidade, que é a capital da província do Niassa, faz entroncamento de estradas e testa da mais extensa via-férrea do Corredor do Desenvolvimento Norte (CDN). A Influência económica é bastante reduzida, se comparada com outras capitais provinciais. É uma cidade dependente, sobretudo da cidade de Nampula, como terminal do Corredor de Nacala. Prejudicada pelo facto da estrada não estar asfaltada e linha férrea que clama de substituição de travessas nesta importante via Lichinga-Cuamba, Lichinga é uma cidade com características económicas eminentemente agrícolas. Possui pequenas indústrias de processamento primário de produtos agrícolas e a rede de infra-estruturas é ainda incipiente. Tem como principais actividades económicas: a agricultura (cultivo de milho, feijão, batata, criação de animais e hortícolas).