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“Líbios devem liderar o seu processo de paz”

Moçambique defendeu, hoje, no Conselho de Segurança, que a situação de paz na Líbia deve ser liderada pelos próprios líbios. O representante de Moçambique disse também que se deve explorar soluções alternativas e garantir a realização de eleições ainda este ano.

A Líbia não sabe o que é viver em paz desde 2011, ano em que começou a revolução que poria fim a 42 anos de ditadura de Muhammar Khadafi. O líder histórico foi eliminado com a intervenção estrangeira, e a guerra que dura há mais de dez anos tem também interferência estrangeira. Mas Moçambique entende que isso deve mudar.

“O processo de paz, na Líbia, deve ser liderado pelos próprios líbios e com sentido de pertença pelos mesmos; guiado por um diálogo inclusivo e conducente à reconciliação nacional”, posicionou-se Pedro Comissário na sua intervenção em mais uma sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Uma vez que as soluções tradicionais não funcionam, Pedro Comissário apresentou uma alternativa: “Somos a favor de soluções alternativas propostas pela enviada especial do Secretário-geral [da ONU], com um grande envolvimento da União Africana e o conselho presidencial para ultrapassar o impasse em que o conflito se encontra”. Além disso, Comissário diz ser urgente a realização de “eleições durante o ano de 2023, tal como o desejado pelo povo líbio”.

Moçambique poderá tomar posse como Presidente do Conselho de Segurança da ONU no próximo dia 01 de Março.

 

O HISTÓRICO DE INTERFERÊNCIA ESTRANGEIRA NA LÍBIA

Nos anos que se seguiram à revolução, os líbios tiveram de aturar cada vez mais a presença de estrangeiros em assuntos domésticos, como seja na guerra civil que se seguiu.

O Egipto, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, por exemplo, apoiaram o general Haftar no leste do país. Viram nele o homem adequado para pôr fim na Irmandade Muçulmana, que também é activa nos próprios países acima mencionados e são aí vistos como uma ameaça política.

A Turquia, por outro lado, ficou do lado do Governo ocidental de unificação nacional em Trípoli por razões económicas e políticas, até porque os seus rivais regionais apoiaram o outro lado. O Qatar tinha motivações semelhantes quando decidiu apoiar as forças em Trípoli.

 

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