Organizações da Sociedade Civil estão preocupadas com a demora na materialização das leis de proteção da Mulher e Rapariga, e pedem acções urgentes por parte do Governo. Já o Executivo diz que os parceiros continuam a dar apoio humanitário aos deslocados pelo terrorismo.
Dos mais de um milhão de deslocados pelo Terrorismo em Cabo Delgado, 52% são mulheres que vivem em situações desafiadoras no contexto de paz e segurança. Esses dados são do Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD) e preocupam as organizações que lidam com programas de proteção à mulher e rapariga e aos Direitos Humanos.
“O país viveu situações de conflito a nível nacional, que foram sucedidos por conflitos na região centro e norte do país. Actualmente, Cabo Delgado ressente-se da insurgência dos terroristas que tem provocado deslocamentos e crise humanitária, preocupando, assim, vários movimentos da sociedade civil. Aspectos como impacto das mudanças climáticas sobre a segurança humana são desafios. Muitas vezes a situação levanta leva a contornos alarmantes”, disse Laila Chemane do IMD.
A Universidade Joaquim Chissano desenvolve pesquisas e emite recomendações sobre políticas de equidade do género, por isso, é que defende a ideia do envolvimento da mulher em processos mais práticos.
“Nós temos que começar a investir muito mais na mulher, atribuindo-a grandes pensamentos. A mulher é útil e fundamental para o desempenho das acções de combate. O governo e os partidos políticos devem abrir espaço para que a mulher seja contribuinte em tudo que seja defesa, paz e segurança”, desafia, o acadêmico Ênio Chingotuane, e pesquisador Universidade Joaquim Chissano
Questionada sobre a situação actual de ajuda humanitária em Cabo Delgado, a directora nacional do género, demonstrou incertezas entretanto garantiu que os parceiros de cooperação continuam a endereçar apoios.
Os parceiros continuam a desembolsar apoio e a trabalharem com o governo na questão humanitária aos deslocados. Há fundos que são destinados a essas comunidades, porém em termos de números não posso avançar aqui” reagiu Geraldina Juma, Directora Nacional do gênero.
A conferência da mulher, segurança e paz, junta membros da sociedade civil, governo e parceiros de cooperação e tem duração de um dia.