Embaixadores, quadros do sector da Saúde, líderes comunitários e sociedade civil juntaram-se, hoje, em Maputo, para o lançamento do Plano Nacional de Controlo do cancro 2019-2029.
O evento foi dirigido pela Esposa do Presidente da República, Isaura Nyusi, que destacou que pelo menos 25 mil novos casos de cancro são diagnosticados anualmente no país, e muitas vezes não há tratamento, porque as pessoas chegam aos hospitais numa fase avançada da doença. Para reverter a situação, a Primeira-Dama da República considera urgente o reforço do sistema de Saúde para que todos os moçambicanos possam ter acesso ao diagnóstico e tratamento atempado do cancro.
“Precisamos mobilizar mais recursos para prevenir o aparecimento do cancro, para fazer o diagnóstico mais precocemente e também para tratar a doença de forma eficaz. É preciso reforçar o sistema de saúde do país, tornando-o mais abrangente, para que todo o cidadão moçambicano possa ter acesso universal aos métodos diagnósticos e terapêuticos”, disse.
A aposta na formação também é apontada como prioridade na luta contra o cancro, uma vez que os profissionais na área de oncologia não são suficientes.
“Há insuficiência de recursos humanos especializados na área do cancro no país. É necessária a formação de mais profissionais na área da oncologia. O número de estudantes que se formam nas faculdades de medicina ainda não consegue suprir toda demanda de saúde no país. E os médicos recém-formados raramente escolhem a área da oncologia para trilhar”, lamentou.
A esposa do Presidente da República usou a ocasião para assumir o compromisso de continuar a lutar pela causa, para que nenhuma criança, mulher ou homem morram devido a falta de informação, diagnóstico ou tratamento atempado do cancro.
Por sua vez, o Embaixador dos Estados Unidos em Moçambique, que falava em representação aos parceiros de cooperação garantiu a continuidade do apoio.
“Estamos aqui para apoiar e partilhar a nossa experiência. O nosso sucesso e o nosso fracasso. Estamos comprometidos em tornar o mundo melhor para os nossos filhos e para as gerações que ainda virão”, assegurou Peter Coultier.
Estima-se que no ano passado 17 mil moçambicanos morreram vítimas de cancro. Só o cancro do colo do útero foi responsável por 3376 mortes. Os números são assustadores, mas as autoridades da Saúde já definiram as estratégias para melhorar a situação em 10 anos, que vem arroladas no plano lançado.
“O objectivo geral do plano é reduzir a incidência, a mortalidade e a morbilidade associadas ao cancro através de um sistema de saúde fortalecido”, fez saber a chefe do programa nacional de controlo do cancro, Cesaltina Lorenzoni.
O plano Nacional de Controlo do Cancro 2019-2029 tem metas a curto-prazo que devem ser cumpridas em até três anos, as de médio prazo em até cinco anos e as de longo prazo que devem ser cumpridas em 10 anos. O enfoque são nos cancros mais comuns. E a prevenção e o tratamento devem chegar a todos por isso vai apostar-se na sensibilização e na expansão dos serviços de diagnóstico.
“O plano foca no cancro do colo do útero, da mama, sarcoma de kaposi, cancros da cabeça e pescoço e os cancros infantis. Vamos aumentar o conhecimento da população, expandir a rede diagnóstica de 400 para 800 unidades e assegurar que todos os cancros são tratados da mesma forma, a nível de todo o país”, disse Lorenzoni.