Já está concluída a troca de prisoneiros entre Kiev e rebeldes pró-russos. Este foi um dos pontos mais importantes do acordo feito há cerca de 20 dias entre os presidentes da Rússia e da Ucrânia, com a primeira troca de prisioneiros entre as autoridades ucranianas e os grupos rebeldes que controlam partes do leste do país.
76 pessoas detidas pelos separatistas pró-russos, 12 militares e 64 civis, incluindo dois jornalistas, chegaram a Kiev e foram recebidos pelo presidente Volodymyr Zelenskiy. Em troca, a Ucrânia libertou 138 pessoas.
Edward e Victoria são alguns dos ucranianos que podem finalmente respirar liberdade:
“De momento, sinto-me bem, porque estou livre. Finalmente posso andar livremente, ninguém me vai parar, não vou ter cães a ladrar-me nem ninguém a dizer-me para ficar de pé e por as mãos atrás das costas”, diz Edward.
Victoria, uma jovem mãe de 24 anos, testemunha: “Sou de Lugansk. Fui visitar os meus pais e a autoproclamada República Popular de Lugansk condenou-me a 12 anos de cadeia por alta traição. Tenho um filho em casa, tenho pais, tenho uma razão para viver e estava ansiosamente à espera deste dia”.
O mesmo sentimento de alívio era visível nos outros prisioneiros libertados pelas autoridades ucranianas, um grupo que inclui cidadãos da Ucrânia, russos e um brasileiro que combatia ao lado das tropas rebeldes. Houve quem se queixasse de atropelos aos direitos humanos: “Fui torturado com gravidade. Quando me levaram para a prisão, a administração não me queria aceitar. Disseram várias vezes que estava morto”, conta um homem.
A troca de prisioneiros foi um dos pontos do acordo alcançado no dia 9, na reunião do chamado grupo da Normandia, entre os líderes da Ucrânia, Rússia, França e Alemanha.