A Junta Militar de Myanmar prolongou por seis meses o estado de emergência que deveria expirar à meia-noite de hoje, adiando mais uma vez as eleições prometidas desde o golpe de Estado de 2021.
O Conselho de Defesa, presidido pelo líder da junta Militar de Myanmar, tomou a decisão de prolongar por seis meses o estado de emergência que deveria expirar à meia-noite desta sexta-feira.
A Constituição de 2008 de Myanmar, redigida pelo Exército e que a Junta Militar mantém em vigor, exige que as autoridades organizem eleições no prazo de seis meses após o levantamento do estado de emergência, o que faz com que o prolongamento do Estado de emergência leva a mais demora na realização do escrutínio, prometido desde o golpe de Estado de 2021, após os generais terem tomado o poder sob o pretexto de fraude nas eleições legislativas de 2020, que o partido da dirigente Aung San Suu Kyi diz ter vencido.
A decisão de extensão do Estado de Emergência foi tomada num contexto de conflito civil em várias regiões do país, que segundo as Nações Unidas já provocou mais de 3,5 milhões de deslocados.
O país vive conflitos armados que têm sido, em geral, de base étnica, com vários grupos armados étnicos lutando contra as forças armadas.