Começa a ser julgado hoje o caso apresentado no dia 29 de Dezembro pela África do Sul contra Israel, que acusa de genocídio na Faixa de Gaza. O caso será julgado pelo Tribunal Internacional de Justiça.
Nesta primeira audiência do principal órgão judicial da ONU, 15 juízes vão ouvir a argumentação sul-africana, que defende ainda que o Tribunal decrete medidas de emergência, incluindo ordenar que Israel cesse imediatamente as operações militares, bem como todos os “actos genocidas” descritos no pedido.
A África do Sul alega que dado o “dano contínuo, extremo e irreparável sofrido pelos palestinianos em Gaza”, se impõe essa medida complementar, escreve a DW.
Em causa está a reação israelita aos actos perpetrados pelo movimento islamita Hamas no dia 07 de Outubro de 2023, na sequência de um ataque maciço daquele movimento extremista que incluiu o lançamento de foguetes e a infiltração simultânea de milhares de milicianos que massacraram cerca de 1.200 pessoas e raptaram outras 250 em colonatos judaicos nos arredores da Faixa de Gaza.
Desde então, o exército israelita lançou uma forte ofensiva aérea, terrestre e marítima no enclave palestiniano, onde, para além dos mortos e feridos, cerca de dois milhões de pessoas, a maioria da sua população, sofrem uma crise humanitária sem precedentes, com o colapso dos hospitais, o aparecimento de epidemias e a escassez de água potável, alimentos, medicamentos e electricidade.