O julgamento do antigo presidente sul-africano, Jacob Zuma, por suborno, foi retomado hoje com segurança reforçada, após uma semana de tumultos que provocaram mais de 200 mortos.
Os distúrbios, que começaram a 09 de Julho, desencadeados pela prisão de Jacob Zuma, de 79 anos de idade, condenado por desrespeito ao Tribunal Constitucional, originaram a detenção de 3.407 pessoas e a morte de outras 212.
As pilhagens e incêndios, inicialmente concentrados no leste do país, estenderam-se depois a Joanesburgo, a maior cidade e o coração económico do país.
Segundo o Notícias ao Minuto, um elevado número de militares e agentes da polícia guardavam no centro de Pietermaritzburgo, capital da província de Kwazulu-Natal, onde está localizado o tribunal.
O julgamento do antigo dirigente sul-africano decorre em videoconferência. As ruas adjacentes foram também fechadas e um helicóptero patrulha a área. O julgamento, como é frequente na África do Sul, foi transmitido pela televisão.
Os apoiantes de Zuma reúnem-se normalmente na sua região de origem para apoiar o seu líder e são acusados de terem fomentado o caos nos últimos dias, a que o actual Presidente do país, Cyril Ramaphosa, chamou de tentativa orquestrada de desestabilização.
Por seu turno, os advogados de Zuma escreveram ao Tribunal Constitucional no domingo, avisando que estavam a ponderar contestar a audiência por videoconferência, argumentando que violava os direitos constitucionais do seu cliente. Por isso, deveriam solicitar um adiamento do julgamento.
O juiz Piet Koen disse que a decisão de efectuar a audiência por videoconferência resulta da instabilidade na província, já que Jacob Zuma não tem de ser levado da cela da prisão para o tribunal.
O antigo Presidente enfrenta 16 acusações de fraude, suborno e extorsão, relacionadas com a compra de equipamento militar a cinco empresas de armamento europeias, em 1999, quando era Vice-presidente.