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Jovens precisam de conhecimento para alcançar sucesso no agronegócio

Foto: O País

Os jovens que procuram o sucesso no agronegócio não devem se acomodar e precisam de investir no autoconhecimento, ter vontade e compromisso. O conselho foi dado por Leonel Manguele, consultor agropecuário, Samuel Alexandre, director-geral da Moza Hidroponic, e Yuri Sipanela, director-geral da AQI, no último dia da Mozgrow.

A concordar que “não existe um caminho cientificamente definido para ter sucesso no agronegócio”, os painelistas do terceiro e último dia da Mozgrow defendem que existem pontos fundamentais que os jovens da área devem ter em conta para criar a “resiliência e consistência”.

Em resposta ao tema “desafios e oportunidades de carreira para os jovens no agronegócio”, Leonel Manguele, partindo de sua própria experiência, disse que além de dinheiro para iniciar os projectos de agronegócio, os jovens devem potenciar o auto conhecimento e estarem motivados pelas suas próprias necessidades e da comunidade sem se deixar levar pelas aparências.

“Os ganhos não são apenas de dinheiro, o jovem tem que sair da acomodação. Quando sair da acomodação, saberá onde e quando produzir. Também não deve viver para impressionar, deve viver abaixo das suas capacidades para ter o mínimo para investir”.

Manguele alertou aos jovens que não devem começar o agronegócio na base de empréstimos, pois as taxas de juro da banca são “impraticáveis e insustentáveis”.

“O que nós aconselhamos aos jovens é que as taxas de juro da banca comercial, em Moçambique, não são aceitáveis para entrarem nesse tipo de empréstimo para o agronegócio. Os jovens devem começar do pequeno e do pouco, porque, para precisar de financiamento é preciso ter criado bases e termos um mercado sólido”.

Yuri Sipanela, director-geral da AQI, defendeu que o sucesso do agronegócio é determinado pelo conhecimento. “Podemos ter muito dinheiro e, por falta de conhecimento, não sabermos onde colocar esse dinheiro”, disse.

Sipanela, reconhecendo os níveis de desemprego dos jovens no país, apontou o agronegócio como uma solução para qual “a força de vontade e conhecimento são fundamentais”. Aliás, a AQI (Escola do Agricultor), no seu pacote de formação em agronegócio, oferece productos a crédito.

“Além de formação, para que os que desejam começar o agronegócio, oferecemos financiamento a crédito para todos saírem a ganhar. Desta forma criamos uma cadeia onde os jovens ganham como fornecedores e nós ganhamos como seus fornecedores”.

Sipanela também deixou claro que “a fórmula do sucesso depende do teste para se ter a certeza de onde investir”.

Samuel Alexandre, director-geral da Moza Hidroponic, diz que o medo de começar o agronegócio sozinho deve acabar.

“Se os jovens não deixarem o medo de começar sozinho, vão culpar sempre os outros e, às vezes, nem culpa essas pessoas têm. Os jovens têm que ter mais habilidades e saber fazer”.

Alexandre concluiu também que o agronegócio está directamente ligado às questões psicológicas. “A parte psicológica é fundamental para iniciar e continuar o agronegócio, é preciso ter força de vontade e compromisso”, disse.

 

 

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